Decorrido na passada terça-feira, sem descredibilizar a
tradição dos estudantes, o Cortejo da Latada contou, este ano, com a presença da
Acampada de Coimbra e da crítica mordaz à situação do país, por meio de faixas e
cartazes.
A Acampada de Coimbra, popular
pelas suas frequentes manifestações por toda a cidade, confirmara dias antes a
sua presença no cortejo deste ano. “Pretendemos que a Latada seja mais crítica,
que denuncie os problemas com que nos temos debruçado nos últimos meses”, declarou
Francisco Norega, membro da assembleia popular. No dia 1, os protestantes
juntaram-se aos universitários na Praça da República e vários membros fizeram-se
acompanhar de cartazes de teor socialmente crítico, ilustrados com frases como “Da indignação
à acção” ou “Um escravo feliz é o pior inimigo da liberdade”.
As mudanças no ensino
superior, nomeadamente os cortes no orçamento e na atribuição de bolsas de
estudo, conduziram igualmente à união dos estudantes que empunhavam diversos dizeres
ou recorriam a objectos demonstrantes da sua insatisfação, como caixas de
esmolas.
Foto de Luís Carregã, retirada de Diário As Beiras (asbeiras.pt) |
De igual forma, a Direcção
Geral da Associação Académica de Coimbra (DG-AAC) antes se pronunciara, garantindo,
conforme se registava nos primórdios da tradição, um cortejo “bastante
politizado”, objectivo que se fez cumprir desde logo quando, na abertura da
cerimónia por parte da Associação Académica de Coimbra, o presidente da Direcção
Geral, Eduardo Melo, expôs uma fotografia de Nuno Crato, actual Ministro da
Educação e, de imediato, uma faixa de grandes dimensões que lembrava os
recentes “864 milhões de cortes na Educação”.
Tiago Mota
Redacção 1
Sem comentários:
Enviar um comentário