Irmão Roger… Apenas. Simples o nome do homem simples que
nasceu em 1915 e viveu quase um século. Muitos dizem que trouxe a fé ao
cristianismo… Outros que deu aos jovens o que precisavam para acreditar.
Roger dizia que Cristo
não veio à terra para criar uma nova religião mas para oferecer a todo o ser
humano uma comunhão em Deus. E com estas palavras ilustrou o que Taizé nunca vai
deixar morrer.
A jornada começou quando Roger tinha 25 anos. Deixou a terra natal, na Suíça, e
foi viver para França, o país natal da sua mãe. Dizia, na altura, que sentia
uma vontade enorme em criar uma comunidade onde todos os cristãos se unissem.
Protestantes, anglicanos, católicos... Onde
a bondade do coração fosse vivida de forma muito concreta e onde o amor fosse o
coração de tudo.
Em
plena segunda guerra, Roger queria que esta comunidade se entranhasse no
sofrimento daqueles tempos. Tal como ambicionava, fixou-se numa pequena aldeia
chamada Taizé, na Borgonha, a alguns quilómetros da linha de demarcação que
dividia a França ao meio.
Começou
a esconder refugiados, a maioria judeus e, ao longo do tempo, a sua causa
começou a crescer. No dia de Páscoa de 1949, a comunidade de Taizé formou-se.
Os primeiros irmãos da aldeia deram-se, num compromisso para sempre, a uma vida
de celibato, altruísmo e simplicidade.
No
ano de 1953, o irmão Roger escreveu a Regra de Taizé, onde se reunia «o
essencial que permitia uma vida comunitária». Ao longo de toda a sua vida,
tentou espalhar os ideais da unidade entre cristãos. Para ele, acima de tudo, o
mais importante era viver o Evangelho e comunicá-lo aos outros. O Evangelho só
pode ser vivido juntamente com os outros. Não tem sentido nenhum tentar vivê-lo em separados.
Desde a década de 60 que o número de jovens
que vai a Taizé cresceu sensivelmente e a missão do irmão Roger começou a
espalhar-se. Irmãos e jovens, enviados por Taizé, começaram a correr o mundo. Calar-me-ei convosco, costumava dizer o irmão Roger aos cristãos que
se encontravam em perigo. O fundador de Taizé publicava, todos os anos, uma «carta», traduzida em mais de cinquenta línguas, que servia de inspiração durante o ano seguinte a milhares de jovens em todo o mundo.
No auge das sua missão, no dia 16 de Agosto de 2005, o fundador de Taizé foi assassinado durante uma oração com 2500 pessoas. Uma mulher
aproximou-se e, depois de lhe segredar algo que ninguém chegou a saber, puxou
uma faca do bolso e degolou-o. As imagens do assassinato marcaram de forma irreversível a
comunidade mas nunca abalaram Taizé. Muito pelo contrário. As orações nunca
foram tantas. A união nunca foi tão forte.
A comunidade de Taizé junta hoje uma
centena de irmão de mais de 25 países diferentes e religiões distintas. Pela
sua própria existência, marca um sinal concreto de reconciliação entre cristãos
divididos e povos separados.
Os encontros de domingo a domingo já juntaram quase seis mil pessoas, de mais de 70 países. Já passaram por
Taizé centenas de milhares de jovens que meditam sobre a vida interior e a
solidariedade humana. Que procuram descobrir um sentido para a vida e se preparam para assumir responsabilidades nos lugares onde vivem.
Assim como jovens,
também grandes homens da Igreja já visitaram Taizé. A comunidade já acolheu o
papa João Paulo II, arcebispos de Cantuária, metropolitas ortodoxos, bispos luteranos
e pastores do mundo inteiro.
E, embora o irmão Roger tenha partido, a sua
obra e o seu sonho nunca deixarão de correr mundo... Seja nos inúmeros prémios que ganhou, nas dezenas de livros que publicou durante toda a sua vida... ou na marca que deixou e continua a deixar em todos os corações que passaram (e vão passar), pelo cantinho do mundo onde o que simplesmente interessa é amar. Porque seja em que ponto do mundo for, o nome de Taizé respira paz, amizade, comunhão... e a esperança de uma Igreja reformada.
Mónica Ribau_ R2
Grande Homem :) Bom trabalho :D
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