É pena que não haja por aí um Dr. Lightman a resolver os casos mais 
controversos e a decidir o futuro da nação através da leitura de um 
rosto. Ou pelo menos a fazer com que a verdade venha ao de cima em 
situações banais, como um mero discurso político. 
 Eleições norte-americanas, discursos de políticos portugueses 
mediáticos, episódios da série Lie to Me. O que poderão ter estes três 
factores em comum? Desde já, e para minha grande infelicidade, apenas um
 me dá vontade de ficar colado ao ecrã. Mas não é aí que pretendo 
chegar. Em todos eles há sempre alguém que dá a cara ao manifesto e que 
se tenta safar com o que vai dizendo. Porém, ao contrário da série 
televisiva onde a verdade vem ao de cima e os “maus da fita” têm o que 
merecem, poucos são os especialistas que conseguem detectar uma mentira,
 quer por microexpressões evidenciadas, quer por qualquer tipo de 
comportamento adoptado durante uma conversa. Na realidade, são 
mais os casos em que os “maus da fita” saem impunes e a verdade fica por
 apurar.
Eleições norte-americanas, discursos de políticos portugueses 
mediáticos, episódios da série Lie to Me. O que poderão ter estes três 
factores em comum? Desde já, e para minha grande infelicidade, apenas um
 me dá vontade de ficar colado ao ecrã. Mas não é aí que pretendo 
chegar. Em todos eles há sempre alguém que dá a cara ao manifesto e que 
se tenta safar com o que vai dizendo. Porém, ao contrário da série 
televisiva onde a verdade vem ao de cima e os “maus da fita” têm o que 
merecem, poucos são os especialistas que conseguem detectar uma mentira,
 quer por microexpressões evidenciadas, quer por qualquer tipo de 
comportamento adoptado durante uma conversa. Na realidade, são 
mais os casos em que os “maus da fita” saem impunes e a verdade fica por
 apurar. 
No outro dia, resolvi observar um dos debates 
entre Obama e Romney, assumindo o papel de Dr. Lightman, o tal expert da
 série Lie To Me. Pelo meio lá fui reparando na expressão de felicidade 
patente nas maçãs do rosto de um apoiante de Obama ou no desprezo 
contido nos lábios de duas pessoas que muito provavelmente irão votar em
 Romney. Nada mau para quem experimenta estudar as microexpressões 
faciais pela primeira vez. No entanto, uma coisa é jogar no nível 
simples, como era o caso, outra é jogar no mais avançado. E desengane-se
 quem pensa que isto é pêra doce. Ou aqueles dois homens têm muitos anos
 de experiência a dissimular as suas emoções, ou simplesmente não tenho 
jeito nenhum para isto. Mas eu quero acreditar que a culpa residiu na 
qualidade das câmaras e no trabalho dos cameramen. 
Findado
 o debate norte-americano resolvi colocar as minhas recentes aptidões 
novamente à prova. Desta vez em solo português, que à partida imaginei 
ser dos mais férteis relativamente a estas matérias. Um dos nomes que me
 veio logo à cabeça foi o do político que os portugueses mais gostam de 
ouvir no que toca ao aparecimento de novas medidas de austeridade. 
Aquele cujo tom monocórdico embala a alma dos portugueses e ao mesmo 
tempo os desperta para a dura realidade. Aquele que tem a amabilidade de
 felicitar deputados pelo seu aniversário durante audições no 
Parlamento, exibindo um sorriso falso, denunciado pela expressão do 
olhar. O que me leva a criticar o senhor Vítor Gaspar pela primeira vez 
neste parágrafo. Se fosse para dar os parabéns a alguém, podia muito bem
 ter esperado pelo fim da audição... 
É pena que não haja por aí um Dr. Lightman a resolver os casos mais 
controversos e a decidir o futuro da nação através da leitura de um 
rosto. Ou pelo menos a fazer com que a verdade venha ao de cima em 
situações banais, como um mero discurso político. Tal como eu tentei - e
 temporariamente “suspendi funções” -, pode ser que muitos outros também
 o façam e possivelmente se dêem melhor. Até isso acontecer, lá vão 
sendo eleitos aqueles que mais verdades escondem através de uma simples 
expressão que acaba por se perder no tempo. 
por: Diogo Carvalho
O artigo não está escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico 
 
 
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