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quinta-feira, 1 de novembro de 2012

“Andar de bicicleta é algo que realmente gosto”

O cicloturismo, como o próprio nome indica, é uma forma de turismo que consiste em viajar de bicicleta. Esta actividade é uma das formas mais saudáveis, ecológicas e económicas de se conhecer novos espaços e conviver com outras gentes e culturas.
Esta semana, o Posts de Pescada esteve à conversa com Paulo Jorge Pimenta, Um ciclo-turista do interior, que nos esclareceu acerca da actividade e nos falou das suas experiencias.
 
Posts de Pescada: O Paulo faz cicloturismo há quanto tempo?
Paulo Jorge: Faço cicloturismo desde os 13 anos, antes sequer de se chamar cicloturismo.
 
P.P: Com quem prática esta actividade?
P.J: Pratico esta actividade com amigos e familiares.
 
P.P: Em média, quando saí para cicloturismo, quantos quilómetros costuma fazer?
P.J: Costumo fazer entre 50 a 55 quilómetros.
 
P.P: Com que frequência?
P.J: Todos os fins-de-semana.
 
P.P: No final de cada volta, o que faz?
P.J: Bebo uns copos com os amigos do cicloturismo. Temos outras voltas que no final nos juntamos todos para almoçar, ou fazemos um lanche. O importante é o convívio.
 
P.P: Durante a sua viagem, é bem recebido por onde passa?
P.J: Sim, tenho sido sempre bem recebido.
 
P.P: Tem alguma história caricata que lhe tenha acontecido enquanto ciclo-turista que possa contar?
P.J: Sim, tenho uma. Foi numa viagem ao Santuário de Fátima, com saída daqui de Figueiró dos Vinhos. Estava a correr tudo bem, mas quando íamos em Ourém o meu filho, que ia à minha frente, num cruzamento passou um semáforo vermelho. Eu ia atrás dele aflito, a gritar “Olha aí! Esse carro vai-te bater”. No meio de tudo isto esqueci-me que tinha os pedias presos aos ténis, e quando tentei saltar da bicicleta para ir a correr busca-lo, acabei por me atirar para o chão. O meu filho saiu ileso e ainda gozou comigo. (risos)
 
P.P: O que é que esta actividade trás de novo na sua vida?
P.J: Sempre fui adepto de desporto, andar de bicicleta é algo que realmente gosto. É uma maneira de manter a minha forma física e sempre posso conviver com amigos e pessoas de outras terras com quem normalmente não teria oportunidade.
 
P.P: Acha-se capaz de fazer cicloturismo até que idade?
P.J: Acho-me capaz de fazer cicloturismo até que me reste força nas pernas.
 
P.P: Qual a idade do ciclo-turista mais velho que conhece?
P.J: Um dos meus parceiros mais antigos de cicloturismo, com quem continuo a sair todos os fins-de-semana, tem 64 anos e está numa excelente forma física!
 
P.P: Acha que o nosso país está bem preparado para ter ciclo-turistas nas estradas?
P.J: Nós aqui no interior penso que não, não temos ciclo vias. Mas nas cidades, litoral e zona de praias, já se encontram muitas ciclo vias e facilidades para os ciclo turistas. Agora quando não as temos, é complicado, muitos automobilistas ainda não nos respeitam.
 
P.P: Paulo, já organizou um passeio de cicloturismo com partida e chegada na sua aldeia. Fale-nos da experiencia enquanto organizador.
P.J: Foi um experiencia boa, o pessoal aderiu bem a esta iniciativa de se realizar uma volta de cicloturismo no meio rural. Organizador dá um certo trabalho. Temos que organizar tudo, contactar pessoas, pois não podemos contar apenas com os cartazes na rua que muita gente nem vê. Temos de pedir patrocínios para podermos dar umas lembranças aos ciclo turistas e também para dar um almoço! Tivemos também o apoio da Câmara Municipal, da Guarda Nacional Republicana, e dos Bombeiros Voluntários. Ainda fizemos um seguro para os participantes, porque o mais importante é que se divirtam e convivam em segurança! Enfim, dá trabalho, mas é sempre gratificante ver o movimento que conseguimos gerar cá na aldeia.
 
P.P: Para além de organizador, também participou?
P.J: Claro! Não poderia faltar!
 
P.P: As pessoas aderem facilmente ao cicloturismo?
P.J: Sim aderem, e cada vez mais!
 
P.P: Enquanto ciclo-turista, qual foi a sua viagem mais intensa?
P.J: A viagem mais intensa que fiz entre Figueiró dos vinhos (Leiria) e Vila Nova de Famalicão (Braga), fiz 240 quilómetros com um amigo meu. Saímos daqui às 4h da madrugada, parámos e Santa Maria da Feira para almoçar, e às 18h estávamos a chegar lá. Foi cansativo, mas muito bom. Foi uma sensação diferente do conceito “cicloturismo” ao qual estava habituado.
 
por: Marcelo Carvalho e Eduardo Carvalho
 
*O artigo não está escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

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