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terça-feira, 6 de novembro de 2012

“E hoje, estou a viver um sonho!”

Nascido em Coimbra, Telmo Melo desde novo ganhou paixão pela magia. Determinado a vencer neste ramo, ultrapassou vários obstáculos e barreiras para conseguir o seu sonho. Hoje, já é um mágico de renome, tendo feito já vários espectáculos em várias cidades do nosso país e no estrangeiro, nomeadamente a Suíça. Com 23 anos, Telmo sente-se feliz com o rumo que a sua carreira tomou. Sentado no seu estúdio, o mágico concedeu-nos uma entrevista, mantendo o seu ar sereno e o tom alegre que lhe é tão característico. 
Telmo Melo é já considerado um ilusionista de prestigio 
 
 
Posts de Pescada: Qual era o teu sonho quando eras criança?
Telmo Melo: Quando somos mais jovens somos expostos a um conjunto de estímulos que procuramos desenvolver. Um dia queremos ser, médicos, no outro engenheiro, arquitectos, policia… Eu já quis ter as profissões mais esquisitas como coveiro, ou mesmo vendedor ambulante. Mas um dia, aos 11 anos, entrei numa sala de teatro para assistir a um espectáculo de magia, e lembro-me que à saída algo aconteceu em mim, descobri que queria ser mágico.
 
PP: Esse espectáculo que referiste, onde aconteceu? Ias acompanhado?
TM: Foi visto no Teatro Académico Gil Vicente em Coimbra. Houve uma altura em que um dos mais conceituados mágicos portugueses, Luís de Matos, estava a gravar uma série de programas que mais tarde viriam a passar na RTP. Confesso que não perdi um. O primeiro assisti sozinho, depois levava sempre um amigo.
 
PP: Nos teus espectáculos fazes sempre uma ilusão que dedicas à tua mãe. É da tua autoria?
TM: Sim, fui eu que a criei. Se já viste algum espectáculo meu sabes que eu faço sempre questão de frisar que as ilusões podem surgir a qualquer altura. Em casa, num passeio, numa sala de cinema, em qualquer lugar. É assim que acontece comigo. Depois do falecimento da minha mãe, com a maneira desagradável como aconteceu, o mais normal era eu recordar-me dela em qualquer objecto que eu visse. Foi aí que surgiu essa ilusão intitulada por mim de “Linha da Vida”. Foi feita a pensar na minha mãe e para a minha mãe. Uma forma de agradecimento por tudo o que sou hoje e por todo o apoio que ela me deu.
 
PP: A tua carreira passou por alguns retrocessos, por exemplo, o caso que acabaste de referir. Como lidaste com isso?
TM: Quando isso aconteceu procurei viajar, desligar-me do mundo. Estive cerca de um ano sem estar ligado à arte da magia. As pessoas contactavam-me para espectáculos, festas… Foi uma altura difícil para mim. Até que depois, a magia tornou-se o meu porto de abrigo, e passei a viver só e apenas para ela. Foi no trabalho que me agarrei, afinal era a única coisa que me restava.
 
PP: Como vives, hoje em dia, com essa situação?
TM: Não posso dizer que vivo naturalmente, porque seria mentira. Mas já se passaram 4 anos. Procuro desviar sempre a minha atenção desse tema. Não gosto de viver no passado e vou tentando afastar-me desse assunto para não dar azo às más recordações. Procuro viver apenas com as boas recordações presentes, na minha memória e no meu coração.
 
PP: Mudemos um pouco de assunto. Sei que tens uma grande amizade com a Taróloga Maya. Como surgiu?
Linha da Vida - ilusão criada em homenagem a sua mãe
TM: Há cerca de 6 anos, fui um dos convidados do programa "Contacto" da SIC. Acabei por me cruzar com a Maya nos corredores. Mais tarde, descobri o facebook dela e fomos conversando. As novas tecnologias são, hoje em dia, uma grande ajuda na descoberta e até no conhecimento de novas coisas e novas pessoas. Mas continuando, um dia a Maya veio em trabalho a Coimbra e convidou-me para assistir. Falei com ela dez minutos, mas esses foram o suficiente para sermos apanhados pelos jornalistas e sairmos em várias revistas. Uns meses mais tarde, deu-me a notícia de que iria ficar a gerir o Theatrix, discoteca em Coimbra, e convidou-me para a inauguração. Com ela em Coimbra foi mais fácil conviver, conhecer e conversar. Para mim, a Maya é uma grande profissional, uma grande senhora e, sem dúvida, uma grande amiga.
 
PP: Queres falar-nos um pouco sobre o livro que vai sair sobre ti?
TM: O livro não é só sobre mim. É um livro com doze histórias, de doze signos, de pessoas que foram ao programa da Maya, o “Dilema”, programa matinal que a mesma tem na SIC. Eu fui apenas um dos escolhidos para que a minha história fosse contada pela própria. É um livro que será lançado ainda este mês.

PP: Estás entusiasmado com a saída deste livro? Achas que foi mais um passo na tua carreira?
TM: Claro que estou entusiasmado! Fala de um outro lado, um outro Telmo, que as pessoas não conhecem. Sem dúvida que é mais um passo na minha carreira. Um livro escrito pela Maya, da editora Guerra Paz e de um programa que passa todas as manhãs na SIC, para mim é um privilégio. Mas os que me conhecem melhor sabem que não dou valor à fama. A fama para mim não é uma escolha, é apenas uma consequência do meu trabalho. Eu amo o que faço e quero continuar a fazê-lo enquanto a vida me deixar.
Telmo no seu escritório pessoal
 
PP: Para concluirmos, o que queres dizer a todas as crianças e jovens que tal como tu têm um sonho?
TM: Não desistam, nunca desistam. Se realmente querem algo, seja o que for, lutem por isso e acreditem em vocês. Se formos bons vai haver alguém que vai pegar em nós e ajudar-nos. Eu aproveito desde já para agradecer a todas as pessoas que já me ajudaram a alcançar o meu sonho. Não se deixem ir abaixo só porque alguém diz que não vamos conseguir. Agarrem-se às pessoas que vos apoiam, e que acreditam em vocês. Ponham mãos à obra e corram atrás do que realmente querem. Só a fazermos o que gostamos conseguimos ser plenamente felizes, e todas as pessoas têm direito à felicidade total.
 
por: Maria Ferreira
*Este artigo não foi escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico 

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