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terça-feira, 6 de novembro de 2012

Jovens em fuga

Depois da licenciatura ou mestrado concluído, são muitos os jovens que se perguntam se o melhor não é arriscar fora do seu país. Com a crise atual instalada por todo o mundo, são poucos os países convidativos a melhores condições de vida e emprego.
Portugal tornou-se um ponto de fuga para muitos jovens recém-licenciados. Depois de anos investidos na sua formação em Portugal, procuram países que ofereçam mais e melhores garantias na sua área específica de trabalho.
São vários os prós e contras a pensar quando se decide emigrar. Uma designação a que já não estávamos habituados, ou que muitas vezes foi associada a pessoas com baixos níveis de habilitações literárias, mas sim o panorama a que somos confrontados nos dias de hoje é um aumento exponencial da emigração jovem.
Muitas vezes questões como a distância entre o jovem e a família podem pôr em causa esta procura, mas é superada pelas novas tecnologias e pelos preços praticados pelas companhias “low cost” que permitem a realização de mais viagens, que num passado bem recente eram só possíveis a quem tivesse um elevado nível de vida.
A questão da aprendizagem da língua pode também ser um “contra” para a permanência dos jovens nesses países. Apesar de o inglês ser um grande ponto de partida para a inserção em qualquer país contemporâneo. Em casos onde é necessário a utilização da língua oficial do país, é que se torna essencial a adoção por completo dessa língua.
A “favor” estão os salários e as condições fornecidas pelas empresas estrangeiras. As oportunidades de subida na carreira e o conhecimento de novos países e novas culturas também contam na hora da decisão.
Sou espectadora de mais um caso real destes em Portugal. Diogo Correia quando terminou a sua licenciatura em Design Gráfico no ano de 2010, pela Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha (ESAD), decidiu tentar a sua sorte em terras Alemãs. O início foi um pouco turbulento e sem grandes esperanças, mas agora quase um ano depois tem um emprego estável dentro da sua área e não pensa regressar, pelo menos não nos próximos tempos.
Tal como referi, a procura dá-se por países indicados especificamente para cada área de trabalho, por exemplo Berlim tornou-se ao longo dos anos uma das cidades contemporâneas com mais vista e apoio sobre os artistas. É rodeada de uma sensação de abertura aos artistas independentes ou de rua.
Diogo diz-se feliz com o emprego e nível de vida conquistado na Alemanha. Os casos de sucesso no estrangeiro como este estão a tornar-se uma verdadeira rotina.
Como aluna da licenciatura de Comunicação Social sinto-me desde logo interessada e conduzida a perceber melhor esta vaga de emigrações jovens.
Desde do momento a que me candidatei ao ensino superior que tenho em mente também essa opção. Sempre quis fazer jornalismo de moda e a perspectiva que Portugal me apresenta neste mundo de trabalho é bastante limitada, sei que a possibilidade de ter de ir trabalhar para um país estrangeiro é cada vez mais forte.
Mas também me pergunto, será que não devíamos investir mais no nosso próprio país? Dar uma primeira oportunidade a Portugal e só depois pensar num outro país?
Afinal somos cidadãos portugueses, onde nos deveríamos sentir melhor a trabalhar e a viver deveria ser em Portugal.

por: Joana Correia
*Artigo escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico 

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