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terça-feira, 27 de novembro de 2012

Jornalistas explicam a profissão



No âmbito do segundo ciclo de conferências IECE- Interactive ESEC Conferences for Education), realizou-se uma conferência dedicada à Comunicação Social, na Escola Superior de Educação de Coimbra, no passado dia 20 de Novembro. O evento contou com a participação de Nélson Mateus, ex-jornalista do diário “As Beiras” e atual freelancer da SIC, Rui Pedro Braz, analista e comentador desportivo da TVI e TVI24, assim como do jornalista online, Alexandre Gamela. Todos os oradores revelaram informações relevantes aos aspirantes à área de Comunicação Social.
(Esq. para a Dir. ) Alexandre Gamela, Rui Pedro Braz, Nélson Mateus

Foram vários os assuntos debatidos pelos oradores, cujo objetivo era incentivar os estudantes e ex-estudantes de comunicação social a não desistirem das suas metas e objetivos.

“Não devem confiar nem na vossa própria mãe”
Nélson Mateus foi o primeiro a honrar as serventias da casa. O repórter da SIC começou por abordar alguns aspetos essenciais sobre o que é ser jornalista, tomando como referência a sua própria experiência. Após ter divulgado que o seu primeiro trabalho foi no diário
“As Beiras”, em 2000, confessa que “nestes 12 anos, houve uma grande transformação dos meios de comunicação social.” O Jornalista deu seguimento ao seu discurso, recomendando alguns aspetos pertinentes aos alunos de comunicação social presentes na conferência. “ Os jornalistas têm de se reinventar muito para se adaptar a este novo mundo, a esta nova forma de jornalismo”, citou Nélson Mateus. “Enquanto jornalistas, não devem confiar em ninguém, no sentido de confiar cegamente. Nem na vossa própria mãe”, ironizou o orador, com o objetivo de ensinar aos estudantes que têm de pesquisar a veracidade dos factos, confirmando-os. Neste encontro educativo, a curiosidade e a necessidade de se fazer perguntas foi salientada. Nélson Mateus afirmou “têm de fazer perguntas sem terem medo de mostrar a vossa ignorância. A curiosidade é fundamental, apesar de, para qualquer peça, têm de se preparar minimamente”, exemplificando com base nas suas experiências. Os alunos foram elucidados que em jornais, rádio ou televisão é difícil condensar a informação relevante dentro dos parâmetros estabelecidos por esses meios de comunicação. Sendo ainda mais complicado quando se trata de selecionar a informação, definindo aquilo que poderá ser importante para o público. O repórter da SIC, Nélson Mateus, culminou o seu discurso referindo “a notícia deve ser incolor, inodora e insípida.”.

“O jornalismo é um negócio”
Rui Pedro Braz, incidiu o seu discurso, principalmente, na área do desporto, a sua especialidade. Começou por referir alguns marcos relevantes na sua carreira que podiam ser encorajadores para o público presente no auditório. O comentador e analista desportivo na TVI e TVI24 referiu que “o jornalismo é um negócio”, explicitando, posteriormente, que a comunicação é essencial, tanto dentro como fora das instituições. “O jornalista devia ser livre e praticar a informação de forma isenta, de modo a transmitir a verdade ao público”, referenciou. O especialista em comunicação no desporto reconheceu que o jornalismo desportivo, como lhe designam, engloba uma série de profissionalizações, como a medicina, no caso de dopping, ou questões legais, por exemplo. Rui Pedro Braz comparou ainda o futebol a uma tribo, referenciando o livro “A tribo do futebol” de Demond Morris. O jornalista aconselhou ainda “não se deixem industrializar. Não tenham medo de fazer perguntas e serem curiosos. E o mais importante, sejam intelectualmente honestos.”.

“Tenho toda a informação na Internet”
Por fim, Alexandre Gamela tentou persuadir os alunos a tomar consciência da importância da Internet como meio de comunicação social. Começou por revelar que não compra jornais, “pela simples razão que tenho toda a informação na internet”. No decorrer da sua apresentação, presenteou os assistentes com a sua boa disposição, referindo algumas das vantagens da produção de conteúdos online. “No online não há parâmetros estabelecidos. Se tivermos de fazer um vídeo com quatro minutos fazemos.”, exemplificou. De acordo com Alexandre Gamela, hoje em dia, quase todos os jornais possuem um site. Porém, nem todos são de qualidade, pois quem escreve online, deve saber fazê-lo, uma vez que “as histórias que são publicadas no papel devem ser diferentes nos conteúdos online.” Relativamente aos conteúdos pagos na internet, o jornalista online esclareceu que “só pagamos por conteúdos que sejam únicos”, elucidando os presentes que devem ser exclusivos e criativos naquilo que fazem. Alexandre Gamela, entende que “o jornalista deve saber fazer tudo e deve centrar-se naquilo que sabe fazer melhor”. Conclui dizendo que considera o jornalismo uma vocação. 


por: Liliana Pastor


 *este artigo está ao abrigo do novo acordo ortográfico

 

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