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terça-feira, 6 de novembro de 2012

O importante é ler.

Em época de crise a palavra de ordem é poupança. Todos cortam nas despesas por onde podem e os galanteadores das obras literárias não são exceção. Deixam-se os livros em papel para dar espaço aos e-books, que têm tanto de económico como de acessível.

O e-book não é nada mais, nada menos do que um documento em formato digital que pode ser visto e lido num computador, num Ipad ou num instrumento próprio – o e-reader. Em 1981 surgiu no mercado o primeiro livro digital com fins lucrativos - um dicionário inglês. Este seria apenas a rampa de lançamento que o traria até aos dias de hoje. Em 1996, para os que já na altura eram amantes da leitura digital, é criado o primeiro e-reader (leitor de e-books) e desde então, inúmeras marcas apostam na criação dos mais diversos modelos.
Este pequeno ficheiro trouxe não só vantagens como também desvantagens aos mundos literários, fazendo nascer a crise nas editoras e livrarias.
Poupa, é certo, tempo nas deslocações a livrarias e bibliotecas, assim como uns quantos trocos na carteira, podendo obter, numa questão de segundos, o livro pretendido através de um clic. Evita que sejam abatidas – tantas - árvores para a criação de papel que serve de folhas aos livros. Mesmo tendo sido o e-book criado com fins comerciais, existem sites na internet onde podem ser baixados gratuitamente. Mas nem tudo é tão otimista. Os e-books não se encontram traduzidos em todas as línguas e nem todos os livros existem ainda neste novo formato. Não estão acessíveis a qualquer pessoa, visto que requer sempre acesso à internet, ao computador, ao Ipad ou ao e-reader e nem todos possuem estes luxos da época moderna.
Vera Alves tem 21 anos, é estudante universitária e diz não trocar nem por nada o folhear das páginas de um bom livro. Com acesso a dois computadores em casa, um Ipad e internet, não quer saber das novas alternativas aos tradicionais livros em papel. «Não deixo que as novas tecnologias me tirem a satisfação de cheirar um livro novo, de humedecer o dedo para virar página e de andar com um livro sempre atrás de mim».
Esta jovem Amarantina é um osso duro de roer, diz que «ás vezes os meus colegas arranjam e-books de livros que precisamos para a faculdade e eu não os leio no computador, imprimo-os» e ainda acrescenta que «os e-books têm um aspeto visual
pouco apelativo. Muitos não têm capa sequer, e em vez disso têm apenas o título e o nome do autor na primeira página. Não dá gosto ler assim».
Vera guarda nas estantes de sua casa, cerca de 70 livros já lidos e comprados por ela. «Nunca me ofereceram livros a não ser na infância. Acho que as pessoas não têm esse hábito e é uma pena. Mas assim tenho oportunidade de escolher ao meu gosto, quer o género, quer o autor».
Na guerra contra as novas tecnologias vale tudo e algumas livrarias, devido á falta de procura pelo velho amigo em papel, fazem promoções em que as pessoas para além de poupar ainda podem acumular saldo nos cartões de leitor.
Nos dias que correm, seja digital ou em papel, o importante é ler.


por: Fátima Pereira e Marilena Rato
*Este artigo não está escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

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