Um casal, uma
guerra. A guerra do Iraque, outra guerra. Tão diferentes e tão iguais. Esta é a
história de um casal que vive em Portugal, sociedade cristã e ocidental, que
está prestes a mudar de casa para poder mudar de vida. As duas guerras
interligam-se inevitavelmente. A vida do casal traduz-se em muitos episódios de
guerra, o que para o público pode ser interpretado como drama ou comédia. Foi
assim que presenciei uns risinhos entre um casal que via a peça ao meu lado.
Eles lá se identificaram!
O Rogério e a
Glória vivem num mundo tão pequeno que se baseia no quotidiano, mas ao mesmo
tempo são vítimas de outra tragédia, a guerra construída por homens nem tão
pequenos nem tão quotidianos. Para mim a guerra só é feita pelos que tem poder
para fazê-la e isso permite-lhes garantir a sobrevivência.
Enquanto a
guerra existe, a vida continua desde a saúde à doença, desde o amor à
indiferença e desde a responsabilidade à negligência.
É uma peça de
teatro muito bem organizada e realista, pois hoje em dia os senhores da guerra
convertem-nos ao que presenciamos na televisão, a outra guerra. “Nunca estive
em Bagdad” está em cena até ao dia quatro de Novembro no Teatro da Cerca de
S.Bernardo.
Enquanto nós por cá vamos fazendo a nossa
vida, outros em outra qualquer parte do mundo fazem a morte.
por: Sofia Sousa
*Artigo escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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