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terça-feira, 21 de outubro de 2014

"Ser jornalista é se doar"

Leandro Behs, 40 anos, licenciado em Jornalismo na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, é atualmente repórter jornalista da Zero Hora e escritor da revista Placar, da Editora Abril. Apaixonado por rádio, desde pequeno sabia que o jornalismo havia de ser seu futuro.

Desde quando você decidiu que queria ser jornalista?
Foi uma decisão fácil. Sempre fui apaixonado por rádio, passava o dia todo com o radinho de pilha ligado (tenho 40 anos, veja bem, logo, quando criança, não havia internet). Assim, ainda no secundário, resolvi que faria jornalismo. A segunda opção seria veterinária, mas nem cheguei a pensar a sério sobre isto.

Como foi a sua primeira experiência como profissional?
Profissional mesmo, recebendo para trabalhar, foi como estagiário da Rádio Gaúcha, de Porto Alegre, em 1995. Antes, em 1992, ano em que entrei na faculdade de jornalismo, passei a ser rádio escuta do departamento de desporto da Rádio Guaíba. Passava as tardes de domingo trabalhando dentro do estúdio, um sonho. Porém, no amor. De graça.

Atualmente em qual área jornalística você trabalha?
Há 10 anos trabalho no jornal Zero Hora na secção do desporto, e há 12 escrevo para a revista Placar, da Editora Abril.

Em sua opinião, acha que o jornalismo precisa de mudanças?
Com certeza. Ainda mais em tempos de inovações tecnológicas que avançam dia a dia. O grande problema do jornalismo atual é a superficialidade gerada para ganhar audiência nas edições online. As empresas não sabem ainda como fazer dinheiro com a internet, o que financiaria os “jornalões” – quem ainda hoje é responsável pelas grandes matérias. Logo, entramos em um ciclo vicioso, que poderá levar ao fim de muitas redações.

Tem alguma mensagem para passar aos futuros jornalistas?

Acho que a profissão ficou mais difícil e menos atraente. Mas ainda hoje é muito divertida. Um dia nunca é igual ao outro. Ser jornalista é se doar, é abrir mão do lazer, de alguns feriados e afins. É ter paciência, persistência e garra. No começo tudo pode parecer difícil, mas tudo aquilo que é feito com amor é gratificante. Amo o que faço e morrerei jornalista.

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