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terça-feira, 20 de outubro de 2015

«Caminhos do jovem licenciado português»

https://flic.kr/p/zJwUht



Micael da Rocha, 22 anos, licenciado em Ciências da Comunicação pela Escola Superior de Educação e Comunicação da Universidade do Algarve desde 2013.
Exerceu funções como jornalista estagiário na estação de televisão de Queluz de Baixo mas, atualmente, apenas se mantém ligado ao jornalismo graças à paixão que o move. Fintou os obstáculos à empregabilidade e, aliando os seus dois maiores interesses, garante-se como freelancer da Sporttv. A par disso, colabora no Departamento de Comunicação do Autódromo Internacional do Algarve em regime de estágio profissional.



                                                          
Ciências da comunicação é uma área muito abrangente. A licenciatura correspondeu às suas expectativas?

Sim, correspondeu. O curso de Ciências da Comunicação, mesmo pela sua abrangência, possibilita-te experimentar um pouco de todas as áreas dentro da comunicação. Quando se chega à Universidade temos uma ideia (às vezes errada) daquilo que é a profissão que queremos seguir. Esta abrangência faz-nos abrir os horizontes e perceber aquilo que, realmente, pretendemos para a nossa carreira profissional. Ao longo dos três anos de licenciatura, cresci e aprendi bastante e posso dizer que cheguei bem preparado ao mercado de trabalho.



Como antigo estagiário da TVI, que balanço faz dessa experiência?

O estágio foi o culminar de tudo aquilo que fui aprendendo ao longo da licenciatura - é sempre a hora em que, pela primeira vez, vestes a pele da tua “profissão de sonho”. Estagiei no Departamento de Desporto da TVI, que sempre foi o meu objetivo. Aprendi com aqueles que sempre foram os meus ídolos no mundo jornalístico e melhorei, significativamente, enquanto profissional. Porém, há um lado negativo que, infelizmente, faz parte daquilo que são os estágios em Portugal: a empregabilidade. Hoje em dia o estágio, na sua maioria, não passa de mão-de-obra gratuita. No fundo, as empresas proporcionam-te a possibilidade de aprender e trabalhar durante determinado tempo, mas fecham-te a porta a uma possível continuidade na empresa (por mais qualidade que o estagiário tenha). Posso dizer-te que obtive 19 valores no meu estágio, e nunca me chegou a ser colocada a possibilidade de ficar a trabalhar na TVI. Pelo contrário, sei que quando terminei o meu estágio já estava a chegar uma nova “fornada” para estagiar, nas mesmas condições que eu. 



Pondera, agora, complementar a sua formação académica, de alguma forma?

Sim. Complementar a formação é, quase sempre, um objetivo que a maioria dos jovens licenciados tem em mente. Infelizmente, por motivos financeiros ou por já estarem a trabalhar, é algo que acaba por ficar em segundo plano. No meu caso, estou atualmente em regime de estágio profissional e, dependendo do meu futuro na empresa, pensarei em fazer Mestrado em Marketing. Esta é uma área em forte expansão e, uma ferramenta importante nos dias que correm.



Fazer jornalismo foi, desde sempre, o seu projeto de vida? 
Desde sempre que sou um apaixonado por desporto, mais concretamente por futebol. Tal como a maioria das crianças sempre tive o sonho de ser jogador profissional. Até aos 16/17 anos, esse foi um objetivo claro na minha cabeça embora, também desde muito novo, o Jornalismo Desportivo me tenha começado a fascinar. A oportunidade de “dar o salto” no futebol acabou por não aparecer e, no final do 12ºano, surgiu a grande questão: Futebol ou Universidade?. Qualquer que fosse o caminho que escolhesse teria o apoio dos meus pais. Decidi que o melhor para o meu futuro seria formar-me e continuar a jogar futebol, a um nível mais amador. Hoje sou formado em Comunicação e continuo a ser jogador de futebol semi - profissional.

No fundo, considero-me um privilegiado por poder continuar a exercer as minhas duas paixões em simultâneo. Olhando para trás, acho que fiz a escolha certa porque, até hoje, não desisti do jornalismo ou, talvez, o jornalismo é que não tenha desistido de mim!     



A conjuntura atual do país obrigou-o a criar um plano B. Acredita que ainda conseguirá voltar para a redação a tempo inteiro?

É verdade. Tal como disse anteriormente, o Jornalismo Desportivo é o meu grande objetivo e a minha paixão. Depois da minha saída da TVI não consegui ter vez certa nessa área e, entretanto, surgiu a oportunidade de trabalhar para o Departamento de Comunicação do Autódromo Internacional do Algarve. Não sendo jornalismo, é algo relacionado com a minha formação bem como com o desporto! Atualmente, estou em regime de estágio profissional e tenho algumas expetativas de ficar na empresa após os nove meses. Para além disso, tive recentemente uma proposta para colaborar com a Sporttv no Algarve, como jornalista. Ainda só faço trabalhos aos fins-de-semana, mas é excelente para continuar a evoluir, para expandir o CV e, quem sabe, para abrir novas portas. 

                                            

O que o motiva a não emigrar, como tantos outros jovens licenciados o fazem?

Antes de tudo, tento acreditar que, por mais difícil que esteja a situação do nosso país, as coisas irão melhorar. Para além disso, sendo o meu país, não quero colocar a hipótese de emigrar sem antes tentar vingar por cá e ganhar o meu espaço na minha área de formação. Futuramente, caso não se abram portas e a situação de Portugal não melhore, partir será algo a ter em conta. Mas, até lá, garanto lutar todos os dias para conseguir ter sucesso no NOSSO país. E, se um dia emigrar, que seja por opção e não por obrigação!     

  
Uma palavra dedicada aos recém-licenciados em Comunicação seria...

Resiliência.





Leonor Candeias (2012934) [Grupo 2]

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