Telmo Alho tem 24 anos e reside na Portela de Tentúgal. Na bagagem transporta duas missões no Líbano.
Ana Veiga [A.V.] - O que o levou a seguir a carreira militar?
Telmo Alho [T.A.] – O facto de ser uma oportunidade de entrar no mundo do trabalho e por ser um sonho que sempre tive.
[A.V.] - Como foi a sua entrada para esse mundo?
[T.A.] - Não foi nada fácil! A recruta foi difícil. Mas com o espírito de camaradagem e espírito de sacrifício torna tudo mais fácil. Depois da recruta, tirei a carta de categoria C e fui motorista de alguns superiores. Mais tarde, tive a oportunidade de realizar as duas missões.
[A.V.] – Em que locais foram as missões que fez?
[T.A.] - Fiz duas no Teatro de Operações do Líbano.
[A.V.] - Que grupos integrou nas missões?
[T.A.] - Integrei nas duas companhias de Engenharia em 2008/2009 e em 2010.
[A.V.] - O que o levou a seguir o rumo das missões?
[T.A.] - Sempre foi um sonho que tive desde que entrei para a vida militar. É uma a forma de conhecer novos povos e culturas diferentes, como o povo Árabe.
[A.V.] - O que encontrou quando lá chegou?
[T.A.] - Um pais assolado pelas guerra por que tem passado.
[A.V.] - Quais eram as carências principais que o país enfrentava, quando chegaram?
[T.A.] – A falta de água potável, edifícios e vias públicas destruidas e condições de vida precárias, em algumas aldeias.
[A.V.] - Como funcionou o vosso acolhimento e aceitação?
[T.A.] - Fomos muito bem acolhidos pela população libanesa e por todas as forças estrangeiras no teatro de operações.
[A.V.] - E as saudades de casa?
[T.A.] - Da casa, em termos físicos, não muito. Mas dos familiares e amigos, sim! Muitas mesmo!
[A.V.] - Qual o momento, durante as missões, que mais o marcou?
[T.A.] - Um dos momentos mais marcantes foi quando andávamos a trabalhar na reconstrução de uma escola. No final de cada dia, quando saíamos, vinham os miúdos pedir: “Water, Water!”. Num desses dias, quando já estávamos na viatura em andamento, mandámos uma garrafa que acabou por rebentar, ao cair no chão. Um dos miúdos abraçou-a, com um brilho nos olhos incrível, sem se aperceber que a água corria sem parar.
[A.V.] - Não se arrepende de ter feito estas missões?
[T.A.] – Claro que não! É muito gratificante.
[A.V.] - Voltava para o teatro de operações do Líbano?
[T.A.] - Não, para o Líbano não. Mas para outro local desejava muito ir. Era uma forma de conhecer outras culturas.
[A.V.] - Quais os seus planos de vida daqui para a frente?
[T.A.] - Acabando o contrato com o exército, irei para a maior “empresa” de Portugal, o desemprego.
Ana Veiga Grupo 4
Sem comentários:
Enviar um comentário