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domingo, 23 de janeiro de 2011

Breve entrevista a Telmo Alho

Telmo  Alho tem 24 anos e reside na Portela de Tentúgal. Na bagagem transporta duas missões no Líbano.

Ana Veiga [A.V.] - O que o levou a seguir a carreira militar?

Telmo Alho [T.A.]O facto de ser uma oportunidade de entrar no mundo do trabalho e por ser um sonho que sempre tive.

[A.V.] - Como foi a sua entrada para esse mundo?

[T.A.] - Não foi nada fácil! A recruta foi difícil. Mas com o espírito de camaradagem e espírito de sacrifício torna tudo mais fácil. Depois da recruta, tirei a carta de categoria C e fui motorista de alguns superiores. Mais tarde, tive a oportunidade de realizar as duas missões.

[A.V.] – Em que locais foram as missões que fez?

[T.A.] - Fiz duas no Teatro de Operações do Líbano.

[A.V.] - Que grupos integrou nas missões?

[T.A.] - Integrei nas duas companhias de Engenharia em 2008/2009 e em 2010.

[A.V.] - O que o levou a seguir o rumo das missões?

[T.A.] - Sempre foi um sonho que tive desde que entrei para a vida militar. É uma a forma de conhecer novos povos e culturas diferentes, como o povo Árabe.

[A.V.] - O que encontrou quando lá chegou?

[T.A.] - Um pais assolado pelas guerra por que tem passado.

[A.V.] - Quais eram as carências principais que o país enfrentava, quando chegaram?

[T.A.]A falta de água potável, edifícios e vias públicas destruidas e condições de vida precárias, em algumas aldeias.

[A.V.] - Como funcionou o vosso acolhimento e aceitação?

[T.A.] - Fomos muito bem acolhidos pela população libanesa e por todas as forças estrangeiras no teatro de operações.

[A.V.] - E as saudades de casa?

[T.A.] - Da casa, em termos físicos, não muito. Mas dos familiares e amigos, sim! Muitas mesmo!

[A.V.] - Qual o momento, durante as missões, que mais o marcou?

[T.A.] - Um dos momentos mais marcantes foi quando andávamos a trabalhar na reconstrução de uma escola. No final de cada dia, quando saíamos, vinham os miúdos pedir: “Water, Water!”. Num desses dias, quando já estávamos na viatura em andamento, mandámos uma garrafa que acabou por rebentar, ao cair no chão. Um dos miúdos abraçou-a, com um brilho nos olhos incrível, sem se aperceber que a água corria sem parar.  

[A.V.] - Não se arrepende de ter feito estas missões?

[T.A.]Claro que não! É muito gratificante.

[A.V.] - Voltava para o teatro de operações do Líbano?

[T.A.] - Não, para o Líbano não. Mas para outro local desejava muito ir. Era uma forma de conhecer outras culturas.

[A.V.] - Quais os seus planos de vida daqui para a frente?

[T.A.] - Acabando o contrato com o exército, irei para a maior “empresa” de Portugal, o desemprego.

Ana Veiga Grupo 4

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