Não são necessárias grandes apresentações para a cantora Rihanna, que cimentou a sua carreira na músicapop desde tenra idade. A sua primeira música no topo das paradas norte-americanas foi SOS, presente no seu segundo disco de estúdio, A Girl Like Me. Mas a fama começou a fervilhar na sua vida a partir do lançamento do hitUmbrella, com uma pequena participação do cantor Jay-Z, estabelecendo-se como “canção de assinatura” da cantora tal foi o sucesso que acumulou. O single foi a rampa de lançamento para o terceiro álbum em 2007, Good Girl Gone Bad, que estabeleceu Rihanna como uma cantora de sucesso, sempre presente nos primeiros lugares das paradas musicas em diversos países.
No passado ano lançou Rated R, considerado por muitos críticos e fãs como o seu melhor disco e agora lança o seu quinto disco, Loud. Até ao momento vendeu mais de doze milhões de álbuns musicais, arrecadou um Grammy de Best Rap/Song Collaboration com a canção Umbrella e outras nove nomeações. Para além disto, conseguiu diversos prémios de diferentes entidades.
Loud é desde logo acompanhado por uma mudança radical de visual, com bastante cor (em especial no cabelo de Rihanna) quente. Cabelos e lábios fortemente vermelhos, uma tonalidade bem morena de pele são bons aperitivos, uma forma de preparação para o conteúdo do novo trabalho. S&M, a primeira faixa, é uma pérola do estilo europop, produzida por Stargate. Com uma letra bem específica sobre amor e sexo a assombrar o ambiente. Não existe complexidade na canção, “Love is great, love is fine/ Out the box, out of line/ The affliction of the feeling (…) Cause I may be bad/ But I’m perfectly good at it/ Sex in the air (…)”, o corpo de quem escuta é levado na onda, uma vontade súbita de dançar invade todas as partes do corpo.

A terceira música, Cheers (Drink to That), é a pior música de todo o disco, a rampa para a festa que S&Mtinha lançado acaba por ser derrubada com esta canção. Sem qualquer sentido (ou se tiver, será quando algum corpo tiver consumido bastante quantidade de bebidas alcoólicas) em quase todos os aspectos. Rihanna canta sobre “beber a isto, beber àquilo” e um samples da I’m With You, da cantora Avril Lavigne acompanham terrivelmente o refrão “Cheers to the freakin weekend/ I drink to that, yeah yeah (…)”. Mas existe uma ressurreição com Fading em termos de qualidade. Um bom ritmo, não para a pista de dança mais próxima, e confissões à flor da pele. O passado amoroso da cantora revela-se fortemente, “Things just ain’t the same/ And I’m ready for change/ Go on, begone, bye bye, so long/ Can’t you see that you’re/ Fading, fading, fading, fa-a-a-a-away/ Away, away, away, away (…)”. E o regresso à vida, depois de diversas paragens, encontra o êxtase com Only Girl (In the World), o primeiro single que mostrou a cara deste novo disco de Rihanna. Pequenos desejos do inconsciente da cantora (ou até mesmo do consciente) são libertados sobre um ritmo estrondosamente acelerado, numa boa jogada do europop e pronto para uma pista de dança.
Toda a energia descarregada com o grande single, serve de pretexto para o ouvinte se sentar numa cama ou num sofá e escutar California King Bed, uma das grandes baladas deste Loud. Uma guitarra acústica, acompanhada pelas teclas do piano e uma melancholia contagiante constroem uma visão romântica, “In this california king bed / Were 10000 miles apart/ I’ll be california wishing on the stars/ For your heart on me/ My californa king”. A seguir, Mad Down utiliza diversos tons de reggae para demonstrar que o (um) relacionamento chegou ao fim, conseguindo ser uma das músicas mais curiosas de todo o disco. Raining Man, a oitava faixa, é mais uma pérola do disco que contou com a participação de Nicky Minaj. É uma provocação aos homens, “Laid down on the beach, they be feedin me my catfishes/ Cause it’s raining men/ Fat bitches (…)” com Nicky Minaj a aquecer levemente a intenção inicial.

Este quinto disco de Rihanna não é, de forma alguma, o seu melhor trabalho. Não consegue ultrapassar o último, Rated R, especialmente em mensagem e atitude. A personalidade da cantora é camuflada diversas vezes pela experimentação de novos ritmos e em outras músicas deixa escapar uma transparência glacial, capaz de petrificar qualquer um. Temos nas mãos um disco ambicioso em diversos aspectos, que pode fazer a delícia dos fãs que aguardavam novas confissões de Rihanna.
6,5/10
David Pimenta - Grupo 1
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