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sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Comércio tradicional de Coimbra

   O Posts de Pescada, foi falar com alguns comerciantes da baixa de Coimbra e saber como está a situação do comércio tradicional na Cidade.
 Coimbra é mais uma das cidades de Portugal, que vive essencialmente do comércio local, é também o cartão de visita da cidade do Portugal dos Pequenitos.

Loja Jorge Mendes
 Com a crise que afecta o país, assim como o resto do Mundo, o comércio local vê-se bastante afectado. Os factores são variados: desde a construção de centros comerciais dentro da cidade, com que é praticamente impossivél competir com os preços praticados, até ao facto de ser uma zona que junta várias lojas, de várias secções e entretenimento, todas no mesmo espaço geográfico.
 Luísa Pereira, é empregada de balcão na loja Jorge Mendes, Irmão Lda, na praça do comércio, em Coimbra. Uma loja especializada de artigos têxteis. É residente em Coimbra e nunca pensou em viver noutro lugar. Há 20 anos a trabalhar nesta superfície comercial, Luísa vê muitas diferenças no comércio local da cidade.
 " A crise veio afectar muito estas lojas do comércio local, neste momento temos os clientes habituais, pessoas mais velhas, que já vêm aqui há muitos anos e como temos fabrico próprio de têxteis, as empresas que nos fazem encomendas de uniformes, colégios ou hospitais. Os jovens, esses fogem todos para os centros comerciais."

Praça do comércio (baixa de Coimbra)
 Um pouco mais abaixo na rua, pode encontrar-se a loja mais pequena de Coimbra, O cantinho da Anita, um loja criada há quase 25 anos, pela Dona Anita, como gosta de ser chamada. Alice Vaz, vê a falta de segurança na zona da baixa de Coimbra, como uma das principais razões que afectam o comércio local.
 "Gostava que viesse aqui mais pessoas, mas devido a estar um pouco escondida a loja e darem pouca visibilidade á baixa, sem ser à avenida principal e também à falta de segurança, torna-se mais complicado. Pensei em aderir à iniciativa do dia dos namorados, mas manter a loja aberta até ás 21:00h neste local não é aconcelhavél.".
 O cantinho da Anita é uma loja de louças, artesanato e bordados. Há 25 anos atrás Alice Vaz, abriu este espaço pois não existia mais nenhum do género em Coimbra. Passados estes anos, nota agora um decréscimo muito grande nas vendas de artigos.
 "Só no Verão, quando chegam os turistas a Coimbra, é que se vende mais, pois tenho aqui peças únicas que principalmente quem vem de fora gosta de levar uma recordação diferente. Também acham muita graça por a loja ser tão pequena."
 Não só em lojas de comércio local se acentuam as diferenças da crise económica portuguesa, também nos restaurantes e cafés a diferença é notada. Rogério Alves, sócio-gerente do café Montanha, na avenida principal da baixa de Coimbra, a chamada Portagem, toma medidas e tem opiniões sobre o que poderia mudar para o comércio local ter um novo lançamento.
 " Com a crise quase todos os negócios foram afectados, nós não somos diferentes. As pessoas cortam mais em pequenos-almoços e lanches e isso faz o negócio sentir-se."
 Rogério não vê problemas de segurança quanto ao seu estabelecimento, pois está ao lado do Banco de Portugal que é vigiado pela polícia 24 horas, quanto ao resto das zonas pensa que deveria ser reforçada a segurança.
 Nos últimos tempos muito se tem falado e escrito, sobre a reabilitação da baixa de Coimbra, para trazer mais pessoas à zona histórica da cidade. Os vários comerciantes têm as suas opiniões sobre as decisões a serem tomadas.
 "Acho que se deveria fechar algumas lojas dos chineses, vieram fazer uma concorrência de preço desleal ao comércio tradicional, e vêm ocupar espaços que poderiam estar a dar vida à cidade. Só aqui na zona da baixa, existem umas 5 ou 6, acho um exagero.", diz Luísa, empregada de balcão.
  Na opinião de Rogério Alves existe a necessidade de rever a questão dos estacionamentos.
"A câmara meteu estacionamento grátis ao sábado, mas os que existem são ocupados por funcionários a trabalhar na zona, onde estacionam os clientes? Além disso existe pouca quantidade de estacionamentos mesmo que sejam pagos, e as pessoas acabam por recorrer aos centros comerciais que não trazem esse problema".
 No cantinho da Anita, a proprietária defende a questão da falta de segurança, da rede de transportes e dos centros comerciais.
 "Não deviam ter construído tantos centros comerciais dentro da cidade, as pessoas acham mais pratico lá ir, do que visitar lojas de rua. A falta de segurança é gravíssima e o facto de terem terminado com os transportes pela avenida da cidade, penso também ter vindo a afectar a vinda de visitantes à baixa da cidade."
 Problemas à parte, todos os proprietários com quem o Post's de Pescada foi falar, são residentes de Coimbra e por isso amam esta cidade, que viram crescer e agora têm pena que venha a ficar abandonada.
 Alice Vaz, tem como hobby viajar com o marido e confessa ter Coimbra no coração de cada vez que volta à sua cidade.
 "Sempre que vimos de viagem, à chegada peço sempre ao meu marido para conduzir mais devagar perto do Miradouro, gosto de observar a minha cidade que parece um presépio e que trago no coração. Para mim, não há cidade como esta, e não quero vê-la abandonada e sem brilho".
Portagem de Coimbra em 2010
 Iniciativas que a câmara, assim como associações de Coimbra estão a organizar esperam trazer mais pessoas á baixa da cidade. Questões de segurança devem também ser uma das principais preocupações, pois esta é uma das zonas da cidade com mais mendigos a dormirem pelas ruas ou mesmo à porta de prédios habitados, ou lojas.
 A esperança destes comerciantes em voltar a ver Coimbra cheia de turista concretiza-se todos os verões, quando com a ida dos estudantes de fora para as suas zonas de residências, aparecem as excursões de turistas prontos a levar para o seu país, Coimbra no coração.


Por: Patrícia Correia
fotografias: arquivo google



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