Um basquetebolista não pode nem consegue viver exclusivamente da prática da sua modalidade. Ele treina duas vezes por dia, ele tem um emprego por fora e ainda tem as responsabilidades familiares para gerir. Apesar de todo o esforço não tem nem metade do reconhecimento de um jogador profissional de futebol. É isto que mais me impressiona, a forma como o desporto consegue ser tão gratificante e tão cruel ao mesmo tempo.
Hoje em dia, apenas o futebol é visto como uma tábua de salvação para um desportista.
Os próprios pais das gerações mais novas, quando estes decidem ingressar numa
modalidade desportiva, são os primeiros a empurrá-los para o futebol. Porquê? Porque
acreditam que este é o único que lhes pode mostrar o caminho do sucesso. Tudo
bem que a exigência também é grande, pode mesmo dizer-se gigantesca, mas as
recompensas, essas, são extraordinárias. Já o mesmo não se pode dizer de qualquer outra modalidade. Aquele que se arriscar a ingressar, por exemplo, no andebol, é capaz de fazer apostas desmedidas naquela modalidade porque é aquela que o apaixona, mas as compensações, essas, são bem menores que os sacrifícios. Mas só por isto merecem todos os louvores: dão tudo por tudo pelo desporto, mostram garra e paixão, e seguem atrás dos seus sonhos e dos seus objectivos sem nunca virar a cara à luta e não têm nem metade das facilidades de um futebolista bem sucedido mundialmente.
A conclusão que eu tiro de tudo isto é que esta é uma realidade que, ou muito me engano, ou nunca vou ver alterada, mas uma coisa é certa: por muito que seja uma adepta fervorosa de futebol, hoje em dia, dou muito mais valor a um José Costa (basquetebolista do FCP) do que a um Cristiano Ronaldo.
Por Cláudia Moita
Redacção 1
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