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sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Crítica - O Clube (1985)

Título original: The Breakfast Club

Origem: EUA

Género: Comédia, Drama

Realização: John Hughes

Argumento: John Hughes

Elenco principal: Anthony Michael Hall, Emilio Estevez, John Kapelos, Judd Nelson, Molly Ringwald, Paul Gleason


       Este é um clássico de referência dos anos 80 que junta um grupo de jovens que, aparentemente, nada têm em comum, à excepção de uma única coisa. Todos transgrediram pequenas normas na sua escola secundária, vendo-se obrigados a passar um Sábado na biblioteca, durante várias horas, período em que terão de redigir um ensaio acerca de “quem julgam ser”. Assim reunidos, um “crânio” conhecido pelas suas excelentes notas, um desportista vencedor, uma maníaco-depressiva de poucas falas, uma obcecada por fama e um bully tido como criminoso não podem fugir à convivência entre si.

Cada um dos adolescentes se vê singularizado pelos restantes, devido à carência de qualquer tipo de proximidade entre si, até então, e apercebem-se das peculiaridades de cada um, que se acentuam e entram em conflito com o aborrecimento trazido pelo passar das horas. A presença do presidente da escola, que representa a figura de poder durante a narrativa, acaba por desempenhar um elemento-chave condutor à criação de laços comuns. Hughes habilmente desmistifica os estereótipos atribuídos a cada um dos adolescentes, desde o fanfarrão com problemas familiares, que assim justifica o seu comportamento abusivo, ao nerd abraçado pela loucura, mostrando que não é o “filho perfeito”, como todos o contemplam.

O engenhoso desenrolar conduzido pelo cineasta e as excelentes interpretações da parte dos jovens actores, fazem de O Clube uma película que ultrapassa a sua premissa inicial e supera expectativas, provando que, embora explore a rebeldia adolescente, o consumo de drogas e a sexualidade precoce, não é apenas mais um filme de miúdos. Os estereótipos são progressivamente desmontados entre imprevisíveis confissões e exibições de dotes desconhecidos, entre gritos, gargalhadas e lágrimas. Falamos de um retrato realista da etapa mais importante da nossa formação e transição, enquanto indivíduos, para uma fase de maturidade e adultez. Retrato este que, ainda assim, é caracterizado por relativas falhas, como os atraentes e comuns clichés hollywoodescos e o director que não vivência um processo de mudança à semelhança dos alunos, constantemente apresentado como um ser frio privado de coração, o que acaba por contrariar o objectivo final da obra, a desconstrução de ideias feitas sobre os que nos rodeiam.

Classificação: 4 em 5

Tiago Mota
Redacção 1

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