Páginas

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Desportivismo - Precisa-se!



Por alguma razão este tipo de texto não é uma notícia. Provavelmente, porque este assunto não é notícia para ninguém. Na minha opinião, em Portugal não há desporto – há futebol. Tudo se resume a futebol, tal como o raguebi em Inglesterra e a NBA nos EUA. Até este ponto, tudo bem (aparentemente). No entanto, em Portugal, o desporto que devia captar os públicos e transmitir-lhes noções de companheirismo, desportivismo, etc; é apenas mais um meio de divisão social. Basta analisarmos as informações que nos chegam (para além das negociações de jogadores). Pego neste ponto, como poderia pegar em qualquer outro. A devoção ao nosso clube é tal que nos deixa cegos, leva-nos a abdicar do nosso espírito enquanto ser humano e leva-nos a ter comportamentos animais. Há violências constantes em jogos de futebol, as claques envolvem-se ao ponto de terem de ser escoltadas. Não se comportam dentro, nem fora de campo. A directora do Departamento de Investigação e Acção Penal de Lisboa (DIAP), Maria José Morgado, considerou, há cerca de três meses, estas claques como “viveiros de criminlaidade”. E é por isto que eu digo que este assunto não é notícia. Inicalmente falava-se que a claque do Porto “OS SuperDragões” era demasiado devota. Mas hoje já não é só a claque dos dragões que se envolve em ataques violentos: a claque do Porto ontem, a claque do Benfica hoje, do Sporting, do Guimarães amanhã... E tudo se vai alastrando a pontos desmedidos. Niguém controla este tipo de comportamentos, nem mesmo as entidades competentes.
Este cenário é muito negro. A nossa equipa é importante, claro; mas o que ganhamos nós, cidadãos comuns, em envolvermo-nos em brigas pelo futebol? É um amor maior do que há pátria... Talvez a única coisa que mova esta violência, seja o clube, talvez seja meramente a adrenalina, ou o stress acumulado, que arranja uma oportunidade de se expressar. Mas até quando serão toleradas estas situações? Será que vale mesmo a pena este tipo de envolvimento? Ganhamos realmente, pessoalmente, alguma coisa com este tipo de atitudes? 
É claro que a realidade não é assim tão taxativa, ou tão preto e branco; mas este é um ponto sobre o qual todos deveríamos reflectir, uma vez que acabamos por espectar estes acontecimentos e comentá-los pelos cantos das nossas casas. Onde nos leva toda esta violência, por amor ao desporto – esta é a grande questão.
Não há muito mais a dizer. Todos nós gostamos de futebol, mas há que ser racionais. Procurem algumas notícias sobre este tema... Façam a experiência e vejam o panorama que nos é revelado. O qual nós assistimos e que é deprimente.

Mara Rodrigues
R2

Sem comentários:

Enviar um comentário