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sábado, 5 de novembro de 2011

Estudante a tempo parcial...

Se uns trabalham e estudam por opção, independência ou outro motivo, outros veêm as suas vidas condicionadas monetariamente e como tal, têm de trabalhar para poderem financiar os estudos. As famílias nem sempre dispõem de meios financeiros para darem aos seus filhos a melhor educação, surgindo assim o mercado de trabalho mais cedo do que o previsto na vida dos jovens.


Em entrevista a Gonçalo Oliveira, estudante do ensino superior, dá a perceber as suas escolhas e as influências das suas opções no quotidiano.
O aluno, de 22 anos, frequenta o 2º ano de Engenharia Civíl na Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital e trabalha em part-time num bar da sua região.


Nuno Pinto: Em que ano começaste a trabalhar e porquê que o decidiste fazer?

Gonçalo Oliveira: [Risos]. Não foi bem uma decisão minha. Eu comecei a trabalhar no Verão do meu “primeiro” 12º ano, ou seja à cerca de 2 anos. Foi uma espécie de castigo que os meus pais me imporam por ter chumbado o ano e por ter atrasado a minha entrada no ensino superior.

NP: Estás a dizer-me então que o teu castigo já dura há 2 anos?

GO: Não, o meu catigo terminou, logo no fim das férias de Verão, antes de ter começado o próximo ano lectivo, eu é que me habituei a ganhar dinheiro para as minhas coisas e decidi tentar conciliar os estudos com o trabalho, e tenho conseguido até agora.

NP: É do conhecimento de todos que um curso de Engenharia, como é o teu, não é fácil, tens conseguido dedicar tempo suficiente ao curso, apesar da carga horária do teu trabalho?

GO: Como é óbvio, enquantou estou a trabalhar não posso fazer outras coisas, mas conciliar o trabalho com as aulas não tem sido difícil. Só tenho aulas demanhã e como só trabalho à noite, consigo consiliar bem as duas coisas, contudo, é evidente que nas épocas de frequências ou exames sinto ter falta de tempo para o estudo, mas tenho conseguido.

NP: Alguma vez te sentiste prejudicado, nas aulas, por seres trabalhador/estudante?

GO: No geral os professores facilitam um pouco mais a vida aos estudantes na minha condição, o que é muito bom, pois existem épocas especiais de exame e não há faltas, apesar de saber que existem casos onde não há distinção entre “nós” e os estudantes ditos “normais”.

NP: Que balanço fazes destes teus últimos 2 anos enquanto trabalhador/estudante?

GO: Foi engraçado ter começado por um castigo, na altura não reagi da melhor forma, muito pelo facto de ter de prescendir de muitas das coisas que gostava de fazer. Mas, ao longo do tempo, fui-me adaptando à minha “nova” vida, defenindo prioridades e conciliando-as, dando valor à independência e autonomia que de certa forma consquistei.
Foi um “bom castigo” [sorriso].



Nuno Pinto, r1

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