O relógio tocou à meia-noite apontou “A Cabra”. Deu-se
início à Serenata. Capas Negras afinaram vozes e cantaram, na Sé Nova, para
milhares de caloiros e de estudantes.
A Festa
das Latas e Imposição de Insígnias 2011 não fugiu à regra de anos
anteriores: cartaz, bandas, animação, álcool, “fast-food” e, claro, o famoso cortejo que se realiza na primeira
terça-feira.
O cortejo
dá protagonismo aos caloiros, na medida em que estes desfilam pelas ruas de
Coimbra, vestidos a rigor, pelos seus padrinhos, acompanhados de doutores, de
familiares e de meros curiosos que querem ver os novos alunos. Segundo Bárbara
Cruz, estudante da Escola Superior de Educação de Coimbra “o cortejo perdeu um
pouco do seu verdadeiro conteúdo: a sátira”, já que no decorrer do evento “vê-se
mais humor ou disfarces de acordo com gostos, do que críticas a algo que não
esteja correcto”.
Entre
máscaras e disfarces há momentos para tudo: a Escola Superior de Educação de
Coimbra cumpriu a tradição, quando os alunos chegaram aos arcos, a K&Batuna
actuou e as capas traçaram-se. E seguiu-se o grande momento: a Balada da
Saudade!
Para Liane Monteiro, da Faculdade
de Letras, da Universidade de Coimbra, “é triste que os caloiros não tenham
direito a um cortejo digno e organizado”, como acontece no Cortejo da Queima
das Fitas para os doutores finalistas, onde “os carros seguem uma ordem e os
cartolados vão a desfilar nos carros por toda a cidade”.
É
neste contexto (de desfile), que os caloiros são batizados, aquando da chegada
ao Rio Mondego, pelos seus padrinhos. “Caloiro, encha o penico e esteja de
quatro”, dizem os doutores de capa e batina vestidas aos seus afilhados. Com a sua
respectiva “besta” de quatro, os padrinhos segredam aos seus caloiros o que
lhes vai na alma e, ao entornar a àgua sobre o caloiro as palavras finais surgem:
“em nome da praxe, eu te batizo”.
É com
este acontecimento que se antecede a última noite da Latada com o famoso e “tradicional”, Quim Barreiros, que deixa os
estudantes eufóricos e aos saltos, denominando a noite de terça-feira como “a
melhor da Latada, sem dúvida. Depois de um cortejo, é o Tio Quim que nos anima
e nos mantém firmes até à sua actuação”, afirma Sofia Ferreira, caloira do IPC.
Assim, com a acutação de José Cid, termina a Latada e aguarda-se pela Queima
das Fitas.
Soraia Tomaz,
2010090
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