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segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Reportagem: É meia-noite: que comece a latada!


            O relógio tocou à meia-noite apontou “A Cabra”. Deu-se início à Serenata. Capas Negras afinaram vozes e cantaram, na Sé Nova, para milhares de caloiros e de estudantes.
            A Festa das Latas e Imposição de Insígnias 2011 não fugiu à regra de anos anteriores: cartaz, bandas, animação, álcool, “fast-food” e, claro, o famoso cortejo que se realiza na primeira terça-feira.

            O cortejo dá protagonismo aos caloiros, na medida em que estes desfilam pelas ruas de Coimbra, vestidos a rigor, pelos seus padrinhos, acompanhados de doutores, de familiares e de meros curiosos que querem ver os novos alunos. Segundo Bárbara Cruz, estudante da Escola Superior de Educação de Coimbra “o cortejo perdeu um pouco do seu verdadeiro conteúdo: a sátira”, já que no decorrer do evento “vê-se mais humor ou disfarces de acordo com gostos, do que críticas a algo que não esteja correcto”.
            Entre máscaras e disfarces há momentos para tudo: a Escola Superior de Educação de Coimbra cumpriu a tradição, quando os alunos chegaram aos arcos, a K&Batuna actuou e as capas traçaram-se. E seguiu-se o grande momento: a Balada da Saudade!
Para Liane Monteiro, da Faculdade de Letras, da Universidade de Coimbra, “é triste que os caloiros não tenham direito a um cortejo digno e organizado”, como acontece no Cortejo da Queima das Fitas para os doutores finalistas, onde “os carros seguem uma ordem e os cartolados vão a desfilar nos carros por toda a cidade”.
            É neste contexto (de desfile), que os caloiros são batizados, aquando da chegada ao Rio Mondego, pelos seus padrinhos. “Caloiro, encha o penico e esteja de quatro”, dizem os doutores de capa e batina vestidas aos seus afilhados. Com a sua respectiva “besta” de quatro, os padrinhos segredam aos seus caloiros o que lhes vai na alma e, ao entornar a àgua sobre o caloiro as palavras finais surgem: “em nome da praxe, eu te batizo”.
            É com este acontecimento que se antecede a última noite da Latada com o famoso e  “tradicional”, Quim Barreiros, que deixa os estudantes eufóricos e aos saltos, denominando a noite de terça-feira como “a melhor da Latada, sem dúvida. Depois de um cortejo, é o Tio Quim que nos anima e nos mantém firmes até à sua actuação”, afirma Sofia Ferreira, caloira do IPC. Assim, com a acutação de José Cid, termina a Latada e aguarda-se pela Queima das Fitas.

Soraia Tomaz,
2010090
           


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