Origem: Reino Unido
Género: Thriller
Realização: Thomas Alfredson
Argumento: Peter Straughan
Texto: John Le Carré
Elenco principal: Colin Firth, Gary Oldman, John Hurt, Tom Hardy
Link IMDb: http://www.imdb.com/title/tt1340800/
O primeiro filme inglês do sueco Thomas Alfredson que nos havia já presenteado,
em 2008, com o notável Deixa-me Entrar,
enquanto que, tal como este não é um filme sobre vampiros mas sim sobre duas
crianças, sendo uma delas um vampiro, A
Toupeira não é um filme de espionagem, é um retrato de agentes secretos em
busca do intruso, com um cunho muito íntimo e pessoal.
A Toupeira é uma adaptação da obra homónima
de John Le Carré, já transformada numa
mini-série pela BBC, em 1979. A fita desenrola-se durante o período
da Guerra Fria, numa Londres cinzenta e chuvosa da década de 70, em torno do
MI6, os serviços secretos britânicos, ou do “Circo”, como é apelidado. Gary
Oldman é George Smiley, agente reformado que volta ao activo com o objectivo de
descobrir quem é o possível agente soviético infiltrado – a “toupeira” – no
seio do Circo.
Esta é uma película recheada de nomes sonantes e interpretações
sólidas, passando pelo “Tinker” Toby Jones, o “Tailor” Colin Firth, o “Soldier”
Ciara Hinds, Mark Strong, Tom Hardy e John Hurt enquanto “Control”, com
destaque para Gary Oldman. O britânico é, muito possivelmente, o merecedor de
Óscar mais esquecido de Hollywood e prova, uma vez mais, ainda que não tivesse de o fazer, que é um dos grandes nomes desta geração. Dotado de uma figura dominante,
é capaz de criar um clima de tensão conseguido por poucos e um silêncio
intimidante sem que tenha de se esforçar. Oldman faz o trabalho de actor
parecer fácil com mais uma memorável interpretação a juntar a tantas outras,
fortificada pela empenhada entrega ao papel, que, segundo o próprio, que
experimentou centenas de óculos até encontrar os mais apropriados à personalidade
da sua personagem, se baseou particularmente em Le Carré por acreditar ser este
a personificação real de Smiley, homem de uma perícia inigualável.
Tinker Tailor Soldier Spy, no seu título
original, é um excelente exercício de cinematografia que tem tudo de moderno como de clássico, quer falemos da palete de cores que pinta uma Londres
pálida e, ainda assim, de uma beleza irrepreensível, quer seja a filmagem de
mestre que pisca o olho a trabalhos anteriores de Alfredson, passando pela
banda-sonora de Alberto Iglesias que é uma das peças fundamentais do puzzle. Apesar
de tudo, acaba por pecar no seu desenvolvimento confuso, até certo ponto. É uma
narrativa que exige por parte do espectador uma atenção imensa, não só pelos vários
acontecimentos que, no final, acabam por formar um todo, mas também pelas
inúmeras personagens que ora são tratadas pelo nome próprio, ora pelo apelido,
o que dificulta a sua identificação. Não estando familiarizado com a obra
original, é impensável prescindir de uma segunda visualização.
Um dos
filmes do ano e um forte candidato aos Óscares, que prova ser já um autêntico
vencedor. Um absorvente e intenso jogo do gato e do rato onde todos são culpados
e ninguém o é. A Toupeira é um clássico instantâneo que colide num final prodigioso.
Classificação: 4 em 5
Tiago Mota
Redacção 1
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