O Natal é comemorado
anualmente dia 25 de Dezembro e celebra o nascimento de Jesus. A tradição em
Portugal baseia-se na junção de família nesta data e na troca de prendas entre
parentes.
Os problemas, na minha opinião, são mesmo estes: primeiro,
os familiares podem perfeitamente juntar-se sem ser para comemorar o Natal,
porque muitas vezes esta data coincide com o fim-de-semana e não entendo porque
não se encontram e fazem uma “jantarada” noutro dia qualquer. Em segundo lugar,
há quem comemore o Natal esquecendo-se que esta data, supostamente, comemora,
para todas as famílias, o nascimento de Jesus. Irónico, na medida em que se for
preciso não acreditam em deus. Para finalizar, a troca de prendas! Enquanto
somos crianças associamos o Natal a um Senhor vestido de vermelho que distribui
as prendas às crianças durante a noite sem nunca ser visto. Assim, o Pai Natal
passa a ser a carteira dos pais, familiares e amigos e não se olha a meios para
agradar quem nos rodeia.
“Vamos montar a árvore” é a típica frase dos indivíduos que
vivem o Natal numa euforia espantosa esquecendo-se que o que poderia ser ou
tivera sido bonito, outrora, está a cair cada vez mais em decadência. O importante
agora já não é tanto o espírito familiar mas sim “como vou arranjar dinheiro
para comprar prendas”. Mais uma vez, tem “piada” este pensamento, visto que o
país está em crise, vai de mal a pior, mas o importante é continuar a consumir
e a largar a nota nos centros comerciais e nas lojas. Sim, senhor! Tudo para
ter um “bom Natal”:
Pessoalmente, não gosto do Natal e não consigo perceber o
porquê de se festejar esta data, visto que é uma data como outra qualquer. O que
vejo nesta época é consumismo, mais consumismo e … mais consumismo! É verdade
que vejo amigos e conhecidos muito felizes, uma vez que receberam as prendas
que desejavam e a aparecerem com inúmeras coisas novas e diferentes. Uau!
Então, o Natal é para reunir a família ou para ver quem recebe mais presentes e
quem gasta mais dinheiro? “Este ano vou ser mais contida(o) na compra das
prendas por causa do dinheiro”, tem muita graça também. Porque grande parte
continua a gastar dinheiro ao acaso para daqui a um ano ou até um mês o
presenteado não ligar “patavina” ao que lhe foi oferecido.
Todavia, são opiniões e respeito quem gosta. Volto a
salientar que na minha perspectiva o Natal para além do consumismo é a total
hipocrisia! Há quem não fale com certas pessoas na família ou faça aquele joguinho
do “falar mal” nas costas e ter inveja dos parentes, mas chega à hora e recebem
prendas, falam, riem acabando por transmitir um ambiente lindo e maravilhoso
que não existe.
Enquanto uns se reúnem e festejam esta data só porque
sim, outros, de facto, sentem-na e mantêm a tradição. Esta altura do ano
aborrece-me imenso, pois em nada me identifico com esta data, não de agora, mas
sim de há muitos anos. E durante a minha infância o Natal sempre foi vivido com
toda a família, árvore de natal, luzinhas, o peru e o bacalhau, as rabanadas,
muitos doces e troca de prendas. A família toda canta e se diverte, no entanto,
continuo a não gostar e a pensar que não preciso desta data para nos juntarmos
e estarmos todos felizes ou até mesmo para me lembrar que as pessoas existem e
desejar-lhes o melhor.
Soraia Tomaz, 2010090
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