Dividida por vários
departamentos, a tvAAC é uma televisão feita por estudantes, para estudantes. Com
o objectivo de “difundir informação
relativa à academia e à realidade local, nacional e internacional”, esta
televisão, por enquanto disponível apenas online e no circuito interno da UC,
está no activo como pró-secção da AAC desde 2003 e desde 2005 como secção.
Passatempo para uns, ocupação quase a tempo inteiro para outros, a tvAAC é,
cada vez mais, um ponto de encontro para os estudantes de Comunicação Social,
Jornalismo e até outros cursos que nenhuma relação têm com a área.
Ricardo Abrantes, 27 anos,
estudante de engenharia electrotécnica, que esteve na tvAAC durante três
mandatos, dois como director e o último como presidente, falou-nos um pouco da
história desta secção com a qual ainda colabora, sempre que possível, para
contribuir para o seu progresso.
Posts de Pescada –Como surgiu a ideia de criar a tvAAC?
tvAAC- uma televisão de e para estudantes |
Ricardo Abrantes – A ideia da tvAAC já é muito antiga. Nos anos 80
já tinha surgido a ideia de criar uma televisão aqui no SEC (Secção Cultural),
tendo até sido feitas algumas emissões um bocadinho arcaicas, mas a verdadeira
televisão como conhecemos hoje foi pensada em 1999,por um grupo de rapazes que
faziam da televisão um passatempo. Ao início tiveram imensas dificuldades, mas
hoje aqui estamos…
PP – Quando é que esse projecto foi posto em prática?
RA – Em 2001 foi apresentado à Associação Académica de Coimbra
(AAC), mas só a 17 de Dezembro de 2003 é que foi aprovado como pró-secção da
casa. Todas as pró-secções têm de provar que merecem ser secção e a tvAAC
conseguiu, tornando-se numa a 25 de Janeiro de 2003.
PP: Quais foram as primeiras dificuldades sentidas? Como é que as
superaram?
RA: A primeira e uma das dificuldades mais sentidas na AAC é
arranjar pessoas que possam inteirar os projectos. Conseguiu-se superar este
passo através de campanhas de divulgação, palavra passa palavra e foram
aparecendo pessoas. Fizemos, também, muitas formações no início, com o apoio do
actual ICAM e de profissionais. Ainda hoje é complicado recrutar pessoas. Outra
dificuldade é o financiamento, pois estamos quase exclusivamente dependentes da
AAC e na altura ainda mais, não tínhamos nenhuma fonte de rendimento a não ser
alguma produção externa que pudéssemos fazer, mas não tínhamos qualidade
suficiente para produzir os conteúdos. Por fim, uma outra dificuldade foi a
falta de apoio das direcções gerais da AAC, o que causou algum contra-tempo.
PP: Como foi feita essa campanha de divulgação de que fala?
RA: O projecto foi divulgado com muitos flyers e exposições nalgumas faculdades. Sempre houve pouca
procura, pois as pessoas pensam que a televisão é só para estudantes de
jornalismo ou algo relacionado com esse curso, o que não é verdade.
PP: Que tipo de programas têm vindo a desenvolver?
RA: O que nós queremos é formar pessoas e ao mesmo tempo dar-lhes
liberdade de fazerem o que querem, obviamente que dentro de alguns critérios,
sendo esse o nosso conceito principal, pois a tvAAC é uma televisão
experimental. As pessoas podem chegar aqui, ter uma ideia e tentar pô-la em
prática. Correu bem, óptimo, não correu tudo bem, analisa-se os problemas e melhoramos
para a próxima.
PP: Os cursos que costumam desenvolver têm muita procura?
RA: Têm, o nosso problema até tem vindo a ser o número de pessoas
que conseguimos ter a frequentá-los, pois se fizermos o curso na nossa sala,
não conseguimos encaixar mais de 12/14 pessoas. Normalmente estão sempre cheios
e já tivemos que repetir alguns, porque se justificava devido à grande procura.
PP: Se pudesses mudar alguma coisa no percurso da tv, o que seria?
RA: Só mudava o “tecto” onde nós estamos, pois temos dois metros
de altura e precisávamos de quatro. De resto não mudava nada. Obviamente que
passamos por momentos mais altos e outros mais baixos, mas tudo serviu para
ajudar e aprender. Isto é a nossa televisão e agrada à maioria das pessoas, por
isso não há necessidade de estar a mudar as coisas.
PP: Como é o ambiente entre sócios e colaboradores?
RA: Estão todos misturados, no dia-a-dia nem se consegue
distinguir, porém, os colaboradores, porvezes, têm um tratamento um bocadinho
especial, de forma a integrarem-se e a ficarem cá para nos ajudar, tornando-se
sócios.
PP: Há pouco tempo houve eleições para a nova gerência. Como tem
sido a adaptação desta equipa?
RA: As eleições foram um bocado conturbadas. Pela primeira vez
foram criadas duas listas, existindo sempre conflito, por muito mínimo que
seja, mas nada que não se conseguisse superar. As pessoas são novas, é uma
questão de se adaptarem e pedirem ajuda às mais antigas. Ma sinceramente parece
mais difícil do que realmente é. Aparentemente não vejo, assim, um ponto muito
fraco da equipa e os membros estão interessados e empenhados.
PP: Qual a próxima meta a atingir?
RA: Quando entrei para aqui, há uns tempos, dizia que iríamos
criar, no nosso 10º aniversário, um canal na tv cabo de Coimbra, no entanto já
completámos 10 anos em 2013 e não conseguimos cumprir esse objectivo. Porém, a
curto prazo, tentaremos alcançar, em pleno, o Pólo II e o Pólo III e depois
outros pontos.
PP: Quais as expectativas para este ano?
RA: Sinceramente espero que as pessoas que cá estão se mantenham e
que consigamos mais duas câmaras HD (alta definição) para podermos fazer
multicâmara correctamente. Mas isto são daquelas coisas que a direcção consegue
pensar e definir melhor, a minha única função aqui, neste momento, é ajudar no
que for preciso, já que agora não faço parte do grosso núcleo da televisão.
por: Maria Melo e Mónica Silva
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