O seminário
dedicado ao “Jornalismo e Comunicação- o valor da comunicação e a(s) marca(s)
da informação”, realizou-se na passada quarta-feira, 5 de Dezembro, no
auditório da reitoria da Universidade de Coimbra. O colóquio, dividido em dois
planos, contou com a participação de João Marcelino, atual diretor do Diário de
Notícias, Arménio Travassos, diretor-geral do Diário de Coimbra, Afonso Camões,
administrador da Agência LUSA, António Granado, professor auxiliar de Ciências
de Comunicação e, por fim, António José Vieira, profissional na área da
comunicação.
(Esq. para a
dir.) João Marcelino, Carlos Camponez,
Afonso Camões e Arménio Travassos |
O seminário tinha como objetivo reunir alunos e
docentes da área da comunicação e jornalismo, debatendo assuntos da esfera da
informação, colocando o passado, o presente e o futuro no mesmo meio.
Arménio Travassos contextualizou a estrutura da sua
empresa e as linhas estratégicas, ao remarcar valores vigentes como a
objetividade, confiança, rigor e proximidade que sustêm um jornal generalista,
defensor da regionalização. O diretor do Diário de Coimbra, numa conjuntura
desfavorável às empresas jornalísticas, referiu estratégias para a “fidelização
de leitores e conquista de novos públicos”, neste que é o diário regional com
maior circulação paga, tendo em vista crescer no número de assinaturas. “Não se
deve sacrificar a qualidade. Todos os dias trabalhamos para saber o que os
clientes querem, pois quem faz os jornais são os leitores”, referiu António
Travassos , deixando algumas dicas aos alunos, para no futuro, não
menosprezarem a concorrência, tendo sempre em mente que “é necessário inovar”.
Afonso Camões destacou a transição dos serviços da
Agência Lusa para o multimédia, referindo que “temos vindo a aumentar a aposta
na produtividade noticiosa e numa melhor cobertura geográfica”. A Lusa, após 25
anos de serviço social, sofreu recentemente um “emagrecimento” devido às
contenções do Estado, mas é “uma empresa sustentável, isenta, plural, credível
e de confiança”, garantiu o administrador da agência.
Centrado na aposta nas plataformas digitais, está o
DN, que sendo uma empresa com 150 anos de existência, “a renovação e inovação é
fundamental”, reforçou o diretor responsável. “O objetivo dos últimos anos foi
migrar a informação em papel para as outras plataformas, pois existem mais
formas de consumir informação.” Embora esteja numa fase de decréscimo de vendas
em papel, o DN “segue um caminho de notoriedade e informação, assente na
credibilidade e confiança”, citou João Marcelino.
Numa segunda parte do seminário, António Granado
manifestou a importância da internet, reforçando o papel que as redes sociais
têm na divulgação de informação. “Se a notícia é publicada, não basta ficar no
site, tem de ser partilhada.” Na opinião do professor, a comunicação presente
na internet “está a mudar o jornalismo e, consequentemente, o papel dos
jornalistas”.
O especialista da comunicação, António José Vieira
partilhou da mesma ideia que António Granado, pois “com a proliferação das redes sociais, o nosso
trabalho foi substancialmente alterado”. A internet é um instrumento importante
de comunicação e as redes sociais permitem a partilha de conteúdos, que os
jornais não proporcionam. “Somos diariamente visitados por milhares de
leitores, que visualizam e partilham os nossos conteúdos. Qual a probabilidade
de isso acontecer com os meios de comunicação social tradicionais?” interrogou,
retoricamente, António José Vieira.
O seminário, organizado pela secção de comunicação
da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, terminou na quinta-feira.
por: Liliana Pastor
*Este artigo está escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
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