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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Vida nocturna renovada

De acordo com o Código Regulamentar do Município do Porto, bares da baixa terão de encerrar mais cedo, assim como esplanadas e discotecas.
Os horários de encerramento estabelecidos são quatro horas da manhã para bares, duas horas da manhã para cafés. Será possível prolongar estes horários, depois de “consultados os sindicatos, as associações patronais e de consumidores, a PSP e a junta de freguesia onde o estabelecimento se situa, bem como as adjacentes quando assim se considere necessário”, de acordo com a proposta do vereador da Protecção Civil, Fiscalização e Juventude, António Sousa Lemos. Em caso de prolongamento de horários, este só será possível às sextas-feiras, sábados e vésperas de feriados.
Este regulamento é seguido rigidamente, sendo os locais de maior controlo as Galerias de Paris, Cândido dos Reis, Conde Vizela, José Falcão, Passos Manuel e as praças Parada Leitão e dos Poveiros, pois são os sítios mais procurados pelos amantes da vida nocturna.
A acompanhar os novos horários, os estabelecimentos com música terão de ter um limitador de potência sonora, com “restrição do horário de funcionamento”. Foi proibida, também, a venda ambulante de bebidas alcoólicas e o estacionamento tornou-se limitado nalgumas zonas da baixa, a partir de determinado horário, excluindo moradores.
Muitos foram os indignados com estas novas medidas que têm como principal objectivo diminuir o incomodo causado aos habitantes destas zonas, assim como atenuar noites demasiado prolongadas, para que mais tarde não se façam sentir no desempenho dos profissionais ou estudantes que no dia seguinte, ou depois do fim-de-semana voltam às suas tarefas diárias como cidadãos.
Nuno Dias, estudante de Engenharia Biomédica na Universidade de Coimbra revela a falta que lhe faz a Associação Académica aberta até de madrugada: “O que sinceramente tenho mais saudade são as noitadas passadas com os meus amigos à conversa na Associação, chegamos a ser expulsos de tão tarde querermos lá ficar.”. Já no Porto, Joana Neves, estudante do secundário afirma que as noites na cidade já não são as mesmas, “antes ficávamos horas no Piolho a conviver e ainda tínhamos tempo de ir até às Galerias de Paris saltar de bar em bar e talvez dar o pezinho de dança numa discoteca. Agora temos ou que ir mais cedo ou definir logo aquilo que queremos fazer naquela noite para irmos (praticamente) directos.”.
Já nos estabelecimentos as queixas mantêm-se, “o negócio perdeu muito com este regulamento, o que se facturava numa noite, antigamente, desceu significativamente e sinceramente não me parece que as noitadas e as bebedeiras tenham diminuído. Os jovens continuam a vir sempre cá à procura das bebidas a preços económicos, mas o fluxo já não é o mesmo.” – lamenta um funcionário do bar Duque da Ribeira, estabelecimento situado junto da Ribeira do Porto.
O município do Porto não foi o único a adoptar estas medidas. Em Coimbra, na cidade dos estudantes universitários, certos estabelecimentos, como é o exemplo da Associação Académica, onde inúmeros jovens se juntavam até às seis da manhã para tomar café e dar um pezinho de dança, passou a encerrar às 24h.
 
 
Vida nocturna na Baixa do Porto
 
por: Maria Melo
*Este artigo não está escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

2 comentários:

  1. Este comentário foi removido pelo autor.

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  2. Excelente divulgação!
    Apesar de haver quem considere pouco populares as medidas legalmente adoptadas e, ainda que, alguns jovens continuem com as mesmas práticas,esta "renovação da vida nocturna",foi importante para existirem limites e, regras de civismo e respeito, pelos cidadãos residentes e trabalhadores, desta (e outras) cidade,
    Até a diversão deve ter "peso e medida"!
    Parabéns! Vou postar este artigo no facebook.

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