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terça-feira, 28 de outubro de 2014

Coimbra ganha vida com quem ganha a vida nela

Coimbra ganha vida com quem ganha a vida nela


Coimbra é muito mais que uma cidade historicamente universitária pautada pela tradição e pela vida noturna. Também do dia se faz Coimbra, com as suas ruas míticas e animadas, visitadas por gentes de todo o mundo.
Deambulando por trilhos conimbricenses, encontrámos na baixa o grande palco desta cidade, onde qualquer pessoa que queira pode atuar.  


- Pequenos palcos, grandes sonhos

Músicos profissionais pela baixa.

São vários os artistas que atuam nas ruas de Coimbra, demonstrando os mais variados talentos.
Desde malabarismo a descontraídos acordes de esplanada, Coimbra ganha cor e alegria com estes amantes da arte citadina. 

"Faço isto para me divertir e, principalmente, para divertir os outros. Muita gente tem curiosidade em experimentar e algumas crianças até se costumam meter comigo. (risos)" 

Malabarista, enquanto mostrava os seus truques a crianças que por ali passavam. 


“Nestas tardes de sol, a melhor companhia é um fino, amigos e a minha guitarra.”

Músico a entreter a esplanada.



Em conversa com turistas e alguns dos locais, foi percetível o agrado demonstrado pelos mesmos perante as atividades que oferecem dinamismo aos recantos da cidade. Por serem uma fonte de diversão, promovem também o comércio local. 

Se há quem encontra nas ruas uma forma de passar o seu tempo, também é possível encontrar quem faça delas o seu sustento.




É o caso de Javi, natural de Málaga, licenciado em Animação Cultural e com experiência profissional como assistente social. Fez parte de vários projetos nesta área, inclusive integrou uma equipa circense. Hoje em dia, o malaguenho vê-se obrigado a atuar nas ruas coimbrãs para poder pagar despesas domésticas e ajudar a família.


O artista mostra as suas habilidades diariamente enquanto os automóveis estão parados nos semáforos.




Músico de rua.


“Estou aqui desde manhã e acabo o dia sempre só com umas moedas, mas como faço isto por gosto, não é assim tão mau.”





Em jeito de conversa, o músico confidencia-nos que tanto encontra pessoas que contribuem com simpatia, como outras que ignoram e desprezam, chegando a ouvir delas alguns comentários desagradáveis. 





Encontramos também vários músicos espalhados pela baixa de Coimbra, que, embora não façam disto a sua principal fonte de rendimento, encaram esta atividade como um modo de adquirir mais algum dinheiro ao fim do mês.

Música cego toca ao piano e recebe moedas dos transeuntes.


- Uma forma de comércio alternativa

O simpático casal de vendedores de castanhas tem presença assídua, todos os Outonos, na baixa da cidade, com os típicos cartuchos destes frutos que “aconchegam os corações e a barriga quando o frio aperta”.
Com uma dúzia de castanhas a 1,5€, poucos são aqueles que ficam indiferentes ao carrinho vermelho que perfuma aquele largo. 


Vendedores de castanhas no largo em frente à Câmara Municipal.





 “Estamos aqui todos os anos e, apesar da crise que estamos a atravessar, continuamos a vender bem.” Conta-nos o casal.









Ao último sábado de cada mês, entre as 10h e as 19h, temos a oportunidade de visitar a feira de Antiguidades e Velharias que se realiza na Praça do Comércio. Aqui é possível adquirir os mais variados objetos, desde livros a máquinas de costura, acessórios de bijutaria e até roupas em segunda mão. 



Máquina de costura antiga.


A par destas feiras, podemos percorrer diferentes ‘barraquinhas’ e pontos de comércio mais simples, com os mais diversos produtos. 


Vendedores de roupas e acessórios.



Marta Campos, estudante do 12ºano, vê nestas pequenas feiras grandes oportunidades para encontrar peças originais, que, normalmente, não encontra nas grandes superfícies comerciais, e a um preço mais em conta. 











Os vendedores, naturais de Coimbra ou dos arredores, aproveitam estas feiras e pequenos mercados para amealhar algum dinheiro com coisas que, provavelmente, já não lhes são úteis. 

Vendedor de livros antigos.


"Há que aproveitar estes dias de sol e mesmo assim é complicado conseguir vender muita coisa."
Confessou o vendedor destes brinquedos, que se situava numa zona com pouco movimento.

Brinquedos à venda.



Coimbra tem encanto a qualquer hora e nem só de preto e branco se vestem as ruas desta cidade. Elas vestem-se de músicos de rua e de artistas que se querem dar a conhecer pelos cantos da cidade. Elas vivem daqueles que aqui cresceram e que agora se veem obrigados a viver delas.

Coimbra ganha vida com quem ganha a vida nelas. E se podíamos passear pela baixa de Coimbra sem ouvir uma canção de fundo ou sem tropeçar num tapete estendido no chão com livros antigos por preços inigualáveis? Podíamos, mas não era a mesma coisa.

Parque da cidade. 

Por:
Catarina Elias
Francisco Lopes
Joana Coutinho
Maria Inês Gomes
Natacha Roxo
Pauline Rebelo

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