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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Arte à Parte

A humanidade passou por vários períodos históricos ao longo dos tempos desde a pré-História à proto-História e chegando finalmente à História. Na História, ou pelo menos na História dos nossos tempos, a actual, ao longo do ano existem várias épocas como a época natalícia, a época pascal e até a silly season (se lhe pudermos chamar época). Mas tudo isto é menosprezado ou até esquecido quando se fala na polémica época que abarca todas as crenças e raças: a época de crise.
                Esta época não é nova, nem lá perto, desde muito cedo na História que ouvimos falar em crises financeiras e sociais que acabam por ser resolvidas mais ou menos bem, o que é novo aqui é a forma como o mundo tenta dar a volta à crise ao invés de a resolver ou pelo menos é o que parece, a avaliar pela forma como isto anda.
                Ouve-se falar em apertos do cinto e em cortes orçamentais em tudo o que é lugar, só o governo é que não aperta, ou melhor, aperta: aperta o povo. Recentemente foi notícia um novo corte que é novo em acto mas velho em anuncio, o corte (previsto) no orçamento da Cultura para o apoio às artes. Há muito que este corte é falado e há muito que os visados por ele se manifestam contra mas desta vez parece que não há volta a dar.
                Na manhã de dia oito deste mês, a ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas e o director geral das Artes, João Aidos, estiveram em reunião com as companhias de teatro, dança e música por causa dos cortes previstos e o consenso esperado não aconteceu. Apesar disto, a ministra mostrou-se satisfeita com os “resultados” da reunião, bem ao contrário dos artistas. Perante o corte anunciado de 23 por cento nos apoios, realçaram-se opiniões de desagrado como “nós só viemos cá para decidir o tamanho do nosso caixão porque a morte já está anunciada”.
                No orçamento da cultura para 2011, cabe à Direcção Geral das Artes 19,8 milhões de euros, dos quais 20 por cento serão cativados. Dos 15,7 milhões sobrantes, serão cortados 23 por cento para a abertura do concurso para as companhias apoiadas a um e dois anos. Assim, ficam disponíveis apenas 12,7 milhões de euros para os projectos quadrienais, o que deixou as companhias revoltadas.
Segundo um representante de uma das companhias presentes, o governo deveria “definir prioridades e não dividir os cêntimos por todas as aldeias (…) o Ministério tem que decidir, reorganizar e reestruturar (…)”.       Perante tal cenário é difícil, até para quem está de fora, tomar uma decisão.
Compreendendo os pontos de vista, qual é o partido que tomamos? Defendemos que devem ser estabelecidas prioridades nas Artes para que algumas das companhias possam funcionar a todo o vapor ou, por outro lado, apoiamos a divisão equitativa (ou mais ou menos) dos fundos para que todas as companhias funcionem a médio gás? É que deixa de estar em causa apenas a funcionalidade das instituições e entramos também no campo humano e aqui, se a primeira opção traz despedimentos por falta de “meios-fundos” a segunda traz encerramentos e despedimentos em massa por falta de “fundos inteiros”.



Diana Felício
Grupo 1
(este é o tema da semana passada, peço desculpa pelo atraso)

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