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terça-feira, 9 de novembro de 2010

Entrevista a João Neves

João Neves, aos 21 anos, conta-nos acerca da sua experiência no mundo dos jogos online. Começou aos 17 anos, mas rapidamente passou a reservar várias horas para poder jogar de forma organizada, competindo a nível nacional e internacional. Considera-se mais culto após tanto tempo a jogar, devido ao facto de ter de comunicar com os outros jogadores a maioria das vezes noutra língua que não a nossa. Não se arrepende do tempo perdido, embora hoje em dia o seu tempo esteja reservado para outros hobbies, mas principalmente para os estudos.

P: Quando começou a jogar online?

R: Em 2005 comecei a jogar Call of Duty II, que é um FPS (first personal shooter), baseado na 2ª Guerra Mundial, onde encarnava na pele de Alemães, Britânicos, Russos ou Americanos.

P: Porque começou a jogar online?

R: Por ser algo novo na altura, quando saiu a ADSL, a internet mais rápida, e tive curiosidade em saber como seria jogar com pessoas de todo o mundo.

P: Quantas horas por dias jogavas?

R: Em tempos de aulas, jogava 8 horas por dia. Tinha intervalos de 10 minutos, ia a correr a casa para jogar 5 minutos. Durante o fim de semana mais de 12 horas.

P: O que te motivava a perder tanto tempo num jogo?

R: O facto de jogar com amigos, e com pessoas de todo o mundo. Neste tipo de jogos não existem barreiras..Ter a possibilidade de colocar o meu clã do jogo no top dos melhores do país.

P: Não te sentias mal por perder tanto tempo a jogar, enquanto poderias aproveitá-lo para tantas outras coisas?

R: Como tudo na vida, quando algúem se dedica a algo, faz com que isso se torne uma prioridade, portanto nunca me senti mal com isso. Embora passasse a maior parte do meu tempo agarrado ao computador, fazia outras coisas.

P: A tua família? Como reagia a isso?

R: Aborreciam me por passar tanto tempo no computador, como é normal, mas nunca mais do que isso.

P:Não sentias falta de contacto ao vivo com outras pessoas?

R:Jogar jogos online da maneira que eu jogava, não significava não ter vida. Continuava a sair á noite, a estar com os meus amigos, e a conviver com eles.

P: Os teus amigos, que não jogavam, o que diziam do teu vício?

R: Antes de todos começarem a jogar, acharam estranho, mas assim que começaram a jogar, perceberam o porquê de eu o fazer, e começaram eles também a tornar-se um pouco “agarrados”. Na altura quase todos os meus amigos jogavam também.

P: Se pudesses voltar atrás no tempo, terias perdido todo esse tempo a jogar?

R: Sim, sem dúvida alguma! Não me arrependo de nada do que fiz. Jogava daquela forma porque me dava prazer. Era uma coisa boa para mim.

P: Não te fartavas de jogar o mesmo jogo durante tanto tempo?

R: Não, nunca mesmo. Só que houve uma altura em que decidi experimentar outros jogos, e tornei-me então viciado noutro.

P: Que jogo é esse? Também perdias muito tempo a jogá-lo?

R: World of Warcraft. Sim, acho que joguei muitas mais horas este jogo do que o anterior, que comecei em 2005.

P: Continuas a jogar 8 horas por dia?

R: Não, estou a estudar em Coimbra, e então tive de estabelecer prioridades. De momento não jogo muito. O tempo que dispendo para jogar hoje em dia é muito mais reduzido do que o que dispendia à 1 ou 2 anos atrás.

P: Alguma vez pensas-te em deixar de vez os jogos online?

R: Não. Para mim os jogos online desenvolvem várias capacidades das pessoas. Sou capaz de deixar de jogar durante algum tempo, mas depois o “bichinho” volta, e apetece-me jogar. Porque não?

P: Fala-me acerca deste jogo, World of Warcraft, e o porquê de gostares tanto de jogar?

R: É um jogo de role Play, basicamente é como se fosse um Messenger num jogo, onde podes conversar com os teus amigos enquanto jogas. Como é um jogo role play não há limites, podes fazer o que quiseres com a tua personagem. Desenvolves várias capacidades como por exemplo o inglês.

P: Actualmente, quantas horas diárias jogas?

R: Pouco mais de uma hora por dia.

P: Não foi difícil para ti deixar de jogares tantas horas? Afinal de contas era como se fosse a tua vida, certo?

R: Não foi difícil porque perdi algum interesse. Comecei a achar o jogo fácil demais. Acho um pouco parvo alguém achar-me viciado por eu jogar tantas horas, porque enquanto eu passava horas e horas a jogar, na altura e hoje em dia, as pessoas passam esse mesmo tempo a fazer outras coisas idênticas como por exemplo a ver televisão, a conversar em chats, ou seja é a mesma coisa, o vício é o mesmo, o tempo perdido é o mesmo.

P: Se pudesses jogar profissionalmente este tipo de jogos, jogarias?

R: Sim, caso Portugal apoiasse este tipo de iniciativas, lan party’s. Em vários países, os jogadores são pagos para o fazer. Caso tivesse essa oportunidade, nem sequer olhava para trás.

P: Tens algum tipo de conselho para os jovens que querem experimentar este tipo de jogos?

R: Se os interesses deles não passam por passar horas agarrados a um computador, então aconselho a fazerem algo mais saúdavel, como por exemplo a fazerem desporto. Mas se decidirem passar horas e horas em facebook’s e coisas desse género, então aconselho a experimentarem os jogos online, pois tal como eu aprendi, aprenderão muita coisa.


Por: André Drogas

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