Por Maria Inês Antunes, R2

“Região do Castelo” é com toda a certeza o jornal mais lido
neste concelho. Devo arriscar que ultrapassa até qualquer jornal desportivo que
se encontra nas mesas de todos os cafés. Mais do que as notícias sobre o
orçamento de estado, a crise ou qualquer outro assunto que afecte o país e o mundo
dos quais todos estamos saturados de ouvir falar, a gente de Penela está mais
interessada em saber o que se passa na sua terra. Nada que fuja à regra e,
sendo Penela um meio tão pequeno e de onde as pessoas mais jovens começam a
desertar para seguir o seu caminho com outros interesses, os interesses do
concelho são o que mais interessa para a velha guarda que fica.
Um concelho que tem o seu próprio jornal com uma foto da
semana de qualquer coisa engraçada, promoção de eventos, secção de opinião e com
o mais variado tipo e notícias é muito bom. Ainda mais gratificante é a
existência de uma equipa que teve como principal objectivo criar um jornal para
que a sua terra não ficasse esquecida e para que chegasse a toda a gente tudo o
que passa no concelho, principalmente aos que mais andam desligados da sua
localidade.
Contudo, há um reverso da medalha quando se puxa ao
profissionalismo da coisa. Começando pela primeira página reparamos que não tem
a melhor organização visual nem contextual dos artigos que vamos encontrar com
o desfolhar das páginas. Virando mais umas quantas páginas, vejo as diversas secções:
Actualidade, Educação, Distrito, Região, Cultura, Opinião, Utilidades, Desporto
e Última. Algumas entrevistas, mais algumas notícias, uma ou outra reportagem e
muitos artigos de opinião.
Estudo Comunicação Social há dois anos mas penso que posso
humildemente dizer que o que aprendi até agora me faz reconhecer muito pouco
rigor jornalístico na maioria dos artigos que são publicados na “Região do
Castelo”. A má coerência entre os artigos das diferentes secções, o caos visual
com que me deparo ao passar a grande maioria das páginas, os títulos com muitas
reticências e com pouco interesse, o pouco rigor das fotografias (tanto dos
artigos como dos seus colaboradores) ou a constante falta de leads nos artigos,
deixam muito a desejar neste jornal regional. No fundo, tudo isto é normal
visto que os colaboradores do jornal não pertencem à área da comunicação e informação.
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