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quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O rasgar de um grande ciclo



Há 700 anos atrás iniciava-se uma tradição que ainda hoje está bem enraizada nas comemorações académicas. O rasganço representa o fim da vida académica de um estudante e a entrada na sociedade enquanto trabalhador. É feito no final da licenciatura ou no final do mestrado e a presença de colegas, amigos e família é essencial para que tudo corra dentro da tradição. O traje do estudante é rasgado e a capa é escondida, não podendo este, ainda que em trajes menores, parar enquanto não a encontrar. Assim manda a tradição.
André Ferreira deu continuidade a esta comemoração, tendo sido rasgado no passado Domingo, dia 14, depois de cinco anos de trabalho onde reinam as boas recordações deste longo percurso académico. 


Por:  Patrícia da Costa

Posts de Pescada - Enquanto estudante sempre ansiou por este momento?
André Ferreira - Tenho passado por todos os outros festejos, sempre esperei por este que é o culminar de cinco anos de trabalho. É extremamente gratificante perceber que chegou ao fim mais uma grande etapa da minha vida concretizada com grande sucesso.

PP - Qual a sensação de saber que uma importante etapa da sua vida acaba no momento em que é rasgado?
AF - São dois sentimentos contraditórios. Tristeza, por saber que acabou uma memorável jornada da minha vida e alegria, por saber que estou preparado para entrar no mercado de trabalho pronto para fazer o que realmente gosto e para o que fui preparado.

PP - O nervosismo era evidente momentos antes de ser rasgado?
AF - Sim, era. A sensação de saber que nunca mais iria vestir o traje, que iria ser a última vez, foi intensa, juntamente com o facto de saber que estavam a espera para o fazer e que certamente iria sofrer.

PP - Quem foi a primeira pessoa a rasgar-lhe o traje e porquê?
AF - O meu avô foi o primeiro a cortar-me a gravata, foi ele que me ofereceu o traje e é uma maneira de o homenagear por toda a força que me deu neste longo caminho.


PP - A presença de amigos e família é fulcral neste dia?
AF - Sim, é fundamental a presença de amigos próximos e família. São momentos únicos que merecem ser partilhados com quem se manteve sempre presente.

PP - Porque não guardar o traje como recordação deste percurso?
AF - Uma vez que cumpri todas a festividades académicas, não iria deixar passar esta última, sempre adorei todas estas festividades, sempre compareci e transmiti aos meus subordinados o que isto significava na vida de um estudante.

PP - É trabalhosa a organização de um rasganço? Até que ponto?
AF - Sim é, e mesmo só convidando pessoas mais próximas, ainda é muita gente a participar no mesmo. Como manda a tradição o “rasgado” deverá providenciar um lanche bem acompanhado de bebida, tão apreciada pelo estudante de Coimbra. Assim, a preparação de qualquer rasganço exige a que se despenda algum tempo e dinheiro.

PP - Olhando para trás, agora que esta etapa terminou, qual o melhor momento que passou?
AF - Apesar de ser a que mais custa, foi mesmo o final do curso (licenciatura e mestrado). É o culminar de tanto esforço, dinheiro e trabalho.

PP - Está preparado para integrar a sociedade enquanto trabalhador?
AF - Sim, penso sim. Os cinco anos da faculdade e os seis meses de estágio integrado no mestrado preparam-me para isso.

 
O artigo está escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico
 

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