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terça-feira, 21 de outubro de 2014

Mais que uma tradição, uma recordação

    A Festa das Latas e Imposição de Insígnias é a primeira festa académica de Coimbra que se realiza todos os anos em meados do mês de Outubro e tem como objetivo receber e integrar os novos estudantes na cidade.
Segundo a Associação Académica de Coimbra (AAC), o conceito da “Latada” mudou desde o século XIX, nessa altura realizava-se um cortejo para cada faculdade, em dias diferentes do mês de maio, para celebrar o fim da época de exames. Atualmente, a Latada, como é chamada, tem o seu início com a Serenata, sendo o cortejo o ponto alto da semana, onde os “caloiros” – alunos do primeiro ano - desfilam em trajes escolhidos pelos “doutores” – futuros padrinhos - que aproveitam para enviar mensagens satíricas à sociedade. Além da serenata e do cortejo existem também as Noites de Parque onde estão presentes várias bandas que preenchem os cartazes ano após ano. Esta festa é aberta a toda a comunidade estudantil e não estudantil.




DA SERENATA AO CORTEJO

    Este acontecimento varia de instituição para instituição. Segundo a tradição da ESEC - Escola Superior de Educação de Coimbra, os “caloiros” nas primeiras semanas fazem os seus pedidos de apadrinhamento aos “doutores”. Para dar início à Festas da Latas ocorre um jantar de curso na noite de Serenata, em que participam todos os “caloiros”, “doutores”, “veteranos” e ex-alunos. Nesta noite, antes do jantar, é feita uma praxe aos caloiros onde são realizadas atividades de integração, bem como jogos didáticos. No jantar cantam-se os hinos de curso e músicas alusivas à tradição Coimbrã. Posteriormente, os afilhados juntamente com os seus padrinhos seguem até à Sé Nova, onde assistirão debaixo das suas capas, à tradicional Serenata à meia-noite e um minuto.
    Na preparação para o cortejo, tanto os padrinhos como os afilhados têm um papel fulcral a desempenhar: os padrinhos compram para os seus afilhados o “Kit Caloiro”, no qual vem uma chupeta, um apito e um penico com as respetivas cores do curso/faculdade. O fato dos afilhados fica ao encargo dos padrinhos, definindo qual a personagem “encarnada” pelos seus afilhados no dia do cortejo. Os padrinhos pedem para que os seus afilhados “roubem” um nabo e adquiram um número ímpar de latas que irão levar consigo no cortejo. Não obstante, existe um hábito criado pelos estudantes que corresponde ao pedido dos “doutores” aos “caloiros” para que estes roubem um carrinho, onde levarão comida e bebida.





CORTEJO

    Eis que chega o dia mais esperado da Latada, o cortejo. Os “doutores”, durante a manhã, preparam a sua pasta com o grelo - a insígnia pessoal dos doutores do 2º ano - composto por duas fitas com as cores da escola. De seguida, os afilhados dirigem-se para casa dos seus padrinhos que os vão vestir com os seus fatos e preparar todos os detalhes para o desfile do cortejo. O cortejo inicia-se nos Arcos do Jardim e termina no rio Mondego, passando pela Praça da República, Praça Oito de Maio e Rua Ferreira Borges. No entanto, a tradição da ESEC reúne todos os estudantes na Escola que, posteriormente, irão juntos para os Arcos do Jardim. Chegados ao local onde se vai realizar o cortejo, doutores e caloiros de curso reúnem-se para conviver.
    Entre muitas brincadeiras e boa disposição, os “caloiros” vão fazendo o percurso com os seus padrinhos pelas fontes, enquanto isso, os nabos que os doutores pediram aos afilhados servem para serem trincados, simbolizando o desejo de boa sorte na vida académica. O nabo está dentro da pasta do doutor, atado pelo grelo, terminando em laço.









    No final do percurso, e já no rio Mondego, os “caloiros”, dando uso ao penico, enchem-no de água do rio e os seus padrinhos batizam-nos de forma simbólica para marcar este dia importante das suas vidas académicas. Este batismo é marcado pelas palavras proferidas pelos padrinhos aos afilhados, desejando felicidades na sua vida académica, enaltecendo a tradição de Coimbra dando as boas-vindas à cidade que será a sua casa nos próximos anos.



    Depois do batismo, a rama do nabo é atirada ao rio, estando o estudante de costas para o mesmo. Normalmente, durante esta ação simbólica os estudantes organizam-se por grupos dizendo ou cantando algo que os caracterize e em contagem decrescente atiram em conjunto as ramas ao rio, seguindo o seu caminho sem olhar para trás.



   No final do batismo, existe um jantar organizado e pago pelos afilhados, aos seus padrinhos seguindo, depois, para a tradicional Noite de Parque que conta, todos os anos, com a atuação do músico Quim Barreiros.





    Este dia é marcado pelas palavras, memórias, risos e muitas lágrimas de emoção que passam de geração em geração, repetindo-se todos os anos.


“Para tudo há um tempo, para cada estudante há um momento.” – Slogan da Queima das Fitas de Coimbra 2012


Ana Marisa Ventura
Cátia Lourenço
Jéssica Bárbara
Ricardo Lomar
Salomé Assunção


Festa das Latas em Coimbra com edição mais curta

Com menos dois dias de festa, o cortejo alterado para domingo e com tolerância de aulas na quinta e na sexta-feira, chegou ao fim mais uma festa das latas de Coimbra. O tradicional cortejo saiu à rua domingo (19) e desta vez, o principal alvo das críticas foi o país que tem deixado os jovens com poucas perspectivas para o futuro. Queixam-se que o “Ensino está num estado terminal” e os alvos da maior parte das críticas foram o Ministro da Educação Nuno Crato e o Primeiro Ministro Pedro Paços Coelho.
Leonor Gonçalves, estudante de Comunicação Social na Escola Superior de Educação de Coimbra fala-nos da sua perspectiva enquanto caloira na “cidade dos estudantes”.







Com as restrições financeiras que houve este ano à festa pensas que a Associação Académica contornou bem as entraves ao reduzir a festa?
– Acredito que tenha sido uma decisão ponderada por parte da AAC e, certamente, a menos lesante para todos os estudantes. Tendo em conta que, como é do conhecimento geral, e por comparação, a Festa das Latas tem vindo a causar mais prejuízo ao bolso da AAC do que a Queima das Fitas, a redução destes dois dias poderá ser uma estratégia para reequilibrar o budget da AAC a fim de apostar numa Queima de maior qualidade. No entanto, a Festa cumpriu, ainda que com menos dois dias do que o habitual, o seu propósito principal – a integração calorosa dos caloiros.

O início da festa ficou marcado pela serenata à chuva e pelo atraso na abertura das portas do recinto, o que levou ao protesto de vários estudantes
que viram os artistas actuar mais tarde que o agendando. O que achaste dos estudantes terem que esperar, nestas condições, pela abertura das portas?
– A chuva não poderia, naturalmente, ser interrompida por ordem humana, mas não foi ela que demoveu as centenas de estudantes que aguardaram pela abertura do recinto. Quanto à espera no exterior e ao atraso dos concertos foi, para mim, uma grande falha da organização, que manchou o começo da Festa das Latas.

Os estudantes estão fartos de ouvir falar em cortes, e não são os que vêm pela mão da praxe. O que pensas destes cortes e da praxe?
– Quer concordemos, quer não, os cortes existem porque têm que existir e ninguém pode ignorar a actual conjuntura económica do país. Facto é que, muitas vezes, atingem aqueles que mais precisam e merecem ajuda. Isso sim, aflige-me! A praxe, quando é concretizada no verdadeiro sentido da palavra, pode ser uma das experiências mais enriquecedoras da vida de um jovem. Vivem-se momentos de partilha, de camaradagem e criam-se laços de respeito e amizade com aqueles de quem seremos colegas durante, pelos menos, os próximos três anos da nossa vida. Muitas vezes, na primeira instância, fazemos coisas contrariados, mas a praxe é curativa: o que nos recusamos a fazer num dia, fazemos a sorrir na próxima oportunidade.



Chamam-nos “Geração de malas feitas...” que perspectivas tens para o futuro?
– Fui educada para ser uma cidadã do Mundo e ensinada a não me prender a nada nem a ninguém, por isso não me assusta ter que agarrar na mala e fazer-me à estrada! Se a bagagem intelectual for de qualidade, não existem entraves à realização pessoal e profissional. Gosto do que estudo, estudo porque gosto e sei que se não for em Portugal haverá, noutro qualquer canto do mundo, um lugar para mim na Comunicação.



O que achaste de o cortejo ser alterado da terça feira para o domingo?
- No meu ponto de vista, esta alteração é um desrespeito pela tradição de Coimbra. Todavia, o facto de o cortejo ser a um Domingo facilita a adesão de pais e familiares à Festa e isso, consequentemente, gera lucros consideráveis.

O país tem acolhido cada vez mais estudantes de outros países, presença que também se sente nos dias de festa. Achas que Coimbra é, sem dúvida, a cidade dos estudantes?
– Sem dúvida! Coimbra é, por excelência, a cidade da tradição académica e dos estudantes. A mística desta cidade é indiscritível e incomparável. Não será por acaso que, em momentos que nos merecem respeito, entoamos entre abraços “capa negra de saudade/ no momento da partida/segredos desta cidade/ levo comigo p’rá vida”. Tenho, e acredito que seja um sentimento extensível a todo o estudante de Coimbra, muito orgulho do calor humano que aqui se vive.
Os estudantes estrangeiros, sempre elegeram Coimbra. Porém, acredito que o facto da Universidade de Coimbra, Alta e Sofia terem sido consideradas Património Mundial da Humanidade pela UNESCO aumente exponencialmente essa procura.





Bruno Tavares
2013568

sábado, 27 de outubro de 2012

De lata em lata, a tradição continua!



A Festa das Latas- Imposição das insígnias é, já desde há largos anos, uma tradição de Coimbra.
E como manda a tradição, os caloiros são vestidos a rigor para desfilar ao longo de toda a Praça da República, tendo como destino o rio Mondego, culminando no batismo dos mesmos.
O cortejo da Festa das Latas já existe há muito tempo, e como contam os mais velhos, sempre ficou conhecido pelo barulho das latas que os caloiros levam, presas aos pés ou não. Neste dia, os padrinhos vestem os respetivos afilhados da maneira que querem, com a ajuda do “kit caloiro”, e levam-nos até ao rio Mondego, para que possam ser batizados com a “água benta”, ou seja, com a água gélida do rio.
Coimbra é uma cidade de sonho, tradição e ambição, sendo que, esta festa dos estudantes serve para integrar os novos alunos, tanto ao curso, aos colegas, como à própria cidade.
por: Liliana Pastor

O artigo está escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico


Caloiros acompanhados dos padrinhos
Caloira representa um pivô da televisão
A brincadeira e a animação perduram
Caloira do ISCAC (Instituto Superior de Contabilidade e Administração de Coimbra) vestida de havaiana
A tradição manda os caloiros trincarem o nabo
Os alunos do 1º ano de Comunicação Social entraram dentro de água
As cantorias e os gritos de curso fazem furor
Os apitos exaltam a euforia e a diversão
Depois do banho no lago, segue-se o batismo no Mondego
Os batismos dos caloiros são feitos ao longo das plataformas que dão acesso ao Rio Mondego
Os caloiros estão na posição de "4", para que possam ser molhados
Os padrinhos batizam os afilhados, utilizando o penico (elemento pertencente ao "Kit caloiro")
Existe uma analogia entre a "água benta" e a água do Rio Mondego
A emoção está presente
A nostalgia e a felicidade são os sentimentos dominantes nos estudantes
Caloira batizada
Estudantes felizes, após batismo
A tradição dita que os estudantes do 2º ano, portadores do nabo durante o cortejo, lancem para o Mondego os restos da rama do nabo