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domingo, 17 de fevereiro de 2013

Geração aleatória





Todos estes jovens, com idades compreendidas entre os 18 e 23 anos, cresceram nos anos 90. Acompanharam o mais rápido desenvolvimento tecnológico de que há memória, viram os melhores desenhos animados, e são provavelmente dos últimos que se lembram dos Jogos sem fronteiras.

São, segundo a lei, adultos. Estudantes, trabalhadores e desempregados, a tentar iniciar a sua vida independente, que se deparam com um dos piores cenários da história económica. Uma crise da qual, são eles quem menos culpa tem, mas quem mais forças terá de possuir para a enfrentar. Querem ser artistas, chefes de família, bons profissionais, pais, viajantes… acima de tudo felizes. Sonhadores, com ideias diversas, mas sempre com algo em comum. A vontade de triunfar.

Esta, é chamada por muitos, a geração mais instruída de sempre, num mundo cheio de portas, mas com poucas maçanetas. Gosto de lhe chamar, geração aleatória.





por: Marcelo Carvalho

*Este artigo está escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Futuro?!



Desde sempre que a área de comunicação foi a que mais me agradou e a que mais me cativou para um futuro emprego. Candidatei-me e consegui entrar em Comunicação Social.

Escolhi este curso porque é uma área que me agrada bastante, sempre gostei deste mundo, e o facto de poder informar a população no dia a dia é um dos factores que mais me cativa. Temos o poder de fazer com que as pessoas não fiquem “isoladas”, podemos aproximá-las do que se passa no seu país e mundo.

Actualmente o jornalismo e os jornalistas vivem tempos difíceis. Os protestos têm aumentado, contribuem para isto, os cortes em publicações e serviços noticiosos. Em 2011 a taxa de desemprego nos jornalistas aumentou 38%. O recente despedimento de 48 jornalistas no Público serve de exemplo para a situação que se está a passar.

As mudanças na maneira de os jornalistas praticarem o jornalismo podem ser positivas se mostrarem que estão empenhados na melhoria do seu trabalho. É preciso que os princípios básicos do jornalismo como, a verdade, o rigor, não sejam esquecidos e continuem a ser respeitados. Infelizmente o cenário com que nos deparamos hoje em dia é totalmente o oposto, e os jornalistas estão cada vez mais a ser influenciados pelas fontes mais poderosas, até mesmo dentro da própria redação pode existir esta pressão sobre os jornalistas, que assim perdem a criatividade e iniciativa. O principal objetivo é facturar mais, sem olhar à qualidade do produto que está a sair.

Com as novas tecnologias a divulgação da informação é feita de maneira mais rápida e eficaz, não permitindo ao consumidor a filtragem da boa para a má informação. Nos dias de hoje, qualquer um de nós pode fazer e produzir noticias, para isso basta um computador, não sendo assim preciso qualquer tipo de formação. O papel do jornalista deixou ter a sua importância. As novas tecnologias vêm proporcionar o aparecimento do jornalismo online, o que faz com que o consumidor, principalmente por motivos económicos, prefira optar por consumir este tipo de jornalismo ao invés do jornal em papel.

Dado isto, o que nos vai restar a nós, estudantes de Comunicação Social e futuros profissionais nessa área? Um diploma na mão e uma profissão sem futuro?!


por: Maria Inês Machado


 
*Este artigo não está escrito ao abrigo do novo acordo ortográfico

quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Afinal, ainda somos portugueses!

Ainda me lembro de ser criança e dizer que queria ser médica ou professora! Ainda me lembro dos meus amigos dizerem “quando for grande quero ser…”. Quando for grande…Naquela altura, brincávamos ao faz de conta e, por um dia, os nossos sonhos, as nossas ambições tornavam-se reais! Nada nos impedia de sonhar e os nossos professores abraçavam os nossos desejos e não nos deixavam parar de lutar. Investiam na nossa educação e pintavam um futuro promissor para nós.
A maioria dos meus amigos de infância seguiu o seu sonho, mas o tal futuro promissor que estava [supostamente] à nossa espera tornou-se numa utopia! E agora? “Onde e quando poderei eu ter um emprego?” É a pergunta mais frequente que mergulha nos pensamentos desta geração. O desejo de singrar na vida ainda está presente nas veias destes jovens, mas será que com a situação precária que se vive nesta nação fragmentada ele vai permanecer? A frustração de ter gasto as poupanças dos pais nos estudos emerge ao saber que provável ou obrigatoriamente tem se que emigrar para conseguir, de certa maneira, alguma realização profissional. Certezas? Já é uma palavra que entrou no mundo dos arcaísmos!
E hoje? Será que os artistas de palmo e meio têm aspirações de ser alguém? O discurso mudou! A realidade para uns é contada como se vivessem num mundo encantador, mas os mais astutos já afirmam que só querem ter um trabalho! Pequenas almas em crescimento já não empregam a palavra “emprego”. Basta um trabalho! Para elas e para os seus pais! Saberão elas a crucial diferença entre trabalho e emprego? As palavras crise, desemprego, impostos, défice, greves, manifestações, pobreza, fome, austeridade, troika e muitas, muitas mais marcam o seu quotidiano! A maior parte delas já sente as dificuldades económico-monetárias no seio familiar: antes saíam mais, íam ao cinema, compravam roupa e brinquedos. Neste momento, algumas já não sabem o que é tomar o pequeno-almoço em casa! A preocupação primordial dos pais é arranjar comida. Esta constante inquietação de querer que nada falte aos filhos gera uma disfuncionalidade familiar que, por outras palavras, significa que os pais já não têm predisposição para brincar com os seus rebentos. Os afetos, as emoções e o bem-estar vão-se desmoronando paulatinamente!
Estas crianças já não sabem o que é viver e amar, que é “a eterna inocência, e a única inocência não pensar”. A bela inocência daquela idade está a ser consumida pelos “papões”. Os seus sonhos já são controlados, os seus desejos [se ainda os têm] são, assim que possível, destruídos pelo exterior. Afinal, que liberdade é esta? Liberdade camuflada? Outrora foi…mas hoje…?? E é nesta linha cronológica que nos temos de debruçar e solucionar: os nossos avós não viveram numa conjuntura favorável, mas os bens essenciais não lhes faltavam. Quiseram dar uma vida melhor aos seus filhos e eles assim a tiveram. Os rebentos seguintes, a minha geração, teve ainda uma vida melhor do que os pais até ao presente. E a seguir? Estes pequenos pimpolhos conseguirão ter uma existência melhor do que os nossos avós? Esperemos que sim, mas como?
Recordo-me de um jovem muito inteligente e humilde, ainda a estudar no ensino secundário, que poderia ser um óptimo profissional e quiçá reconhecido pelo seu mérito, a
desistir dos seus sonhos. Com quinze anos, este rapaz afirma que não tenciona frequentar o ensino superior, porque os seus pais não têm condições económicas que permitam este investimento. Já não refiro o fato de ele pensar que a desistência do ensino obrigatório poderá estar iminente. “O dinheiro já não chega para tudo, livros, transportes…”. Que futuro terá este país com estas gerações sem ambições ou as tendo sentem-nas presas?
A luta incessante do querer, do ser, do fazer não pode morrer! A pouca esperança que existe nos nossos corações tem que estar sempre acesa!
Afinal, ainda somos portugueses!
por: Patrícia Gomes

*Artigo escrito ao abrigo do novo Acordo Ortográfico

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

“Em prole de um futuro melhor, espero eu”


É num recanto de uma superfície comercial da vila da Benedita, concelho de Alcobaça que encontramos Ângela Vicente. A técnica de farmácia de 23 anos vê na Parafarmácia VivaPharma que abriu à cerca de dois meses a oportunidade de mudar e quem sabe melhorar o seu futuro. “Gosto do que faço e do projecto do qual sou empreendedora mas não está fácil arranjar trabalho e todos os anos saem mais formados, é uma verdadeira bola de neve que se alastra e é disso que tenho medo.”, confessa a jovem turquelense que desempenha também as funções directivas.

Joana Pestana – Actualmente está a colher os frutos da árvore que criou e cuidou durante os últimos anos. Conte-me um pouco da história relativa ao seu percurso académico, do qual está a tirar proveito.

Ângela Vicente – A minha preocupação sempre foi pensar muito na prática. Admito que não fui uma aluna brilhante em todas as cadeiras mas apliquei-me em tudo o que tinha a ver com o meu curso, Farmácia. Foram quatro anos duros, tinha muito pouco tempo livre e passava o dia quase todo na ESTeSL (Escola Superior de Tecnologia da Saúde de Lisboa) contudo, quando gostamos vale a pena. Desde sempre quis trabalhar com o que dizia respeito à parte prática, ao atendimento e foi nisso que me foquei, até no próprio estágio. Tentei sempre dedicar-me ao máximo porque tinha noção de que era fundamental e penso que é graças a isso que hoje estou aqui como directora técnica, tendo conquistado o meu espaço.
Técnica de Farmácia Ângela Vicente

 


JP – A sua ida para a universidade sempre foi um objectivo ou foi algo que só surgiu com o tempo?

AV- Desde nova que tive o objectivo de prosseguir nos estudos. Ciências era definitivamente a minha área e a saúde era o que eu queria. Ponderei opções desde nutrição a farmácia ou enfermagem, impondo apenas o contacto com o doente e o gosto que sinto como parâmetros indispensáveis. A ideia de Farmácia veio apenas quando no 12º ano reflecti conscienciosamente sobre o futuro, o trabalho e as saídas profissionais. Nessa altura comecei a concentrar-me no que precisava para ingressar no ensino superior. Informei-me, percebi que conseguia entrar naquela escola e fiz a minha escolha com base no bom nome, nas condições oferecidas e na localização.

JP – Todas esta jornada implicou sacrifícios e com certeza surgiram dificuldades, como correu?

AV - Felizmente os meus pais economicamente sempre me puderam ajudar mas tenho noção de que mesmo que quisesse trabalhar e se tivesse essa necessidade durante o curso, nunca o teria feito em quatro anos. Com todo o trabalho e dedicação que o curso exigiu de mim, fiquei sempre com muito pouco tempo livre. Durante o ano de estágio, a trabalhar a tempo inteiro era praticamente impossível conseguir conciliar mais alguma coisa.

JP – A sua vida foi muitas vezes ponderada em função da realização deste sonho?

AV – Foi, mas só às vezes porque sempre consegui conjugar mais ou menos as coisas. Sem querer deixar de parte as idas a casa ao fim de semana e o tempo com a família e amigos mais próximos, aproveitava todos os dias da semana para estudar até tarde e não descansava enquanto não acabasse o que estava a fazer. Nunca abdiquei daquilo que me fazia sentir bem e feliz por causa dos estudos, se o fizesse não resultaria.

JP - Como surgiu a oportunidade de abrir a Parafarmácia?

AV - Tendo em conta as dificuldades que passamos hoje em dia e a dificuldade que tive em arranjar trabalho, surgiu esta oportunidade única. Estive na farmácia Popular em Turquel mas só temporariamente e após percorrer várias farmácias arranjei trabalho numa em Alvorninha. A farmácia em causa propunha um estágio profissional que nunca entrou em vigor e sentido que não era futuro para mim, analisei outras hipóteses. O meu pai sempre me falou na ideia de eu abrir um negócio próprio e aí surgiu a ocasião ideal para pensar no assunto. O Neomáquina dispõe desta zona comercial, estava a criar espaços e tendo em conta a proposta comecei a avaliar a viabilidade económica. Foi um risco que corremos considerando a fase que o país atravessa. Não será fácil mas faço-o em prole de um futuro melhor, espero eu. (risos)

JP - Em relação ao planeamento, à duração do projecto e às burocracias envolventes, foi uma fase complicada?

AV - Foi menos complicado do que aquilo que eu pensava. Comecei a pensar neste projecto desde o início do ano, por alto, vendo valores e investimento. Depois a partir da tomada de decisão andei a analisar preços, investimento, rendas e comecei a, trabalhar todos os dias para abrir o mais rápido possível. Em termos burocráticos não foi muito difícil porque já estamos integrados num espaço com licença e posteriormente tive de solicitar o licenciamento do Infarmed (autoridade nacional do medicamento e produtos de saúde).
Parafarmácia VivaPharma localizada no supermercado Neomáquina, na vila da Benedita

JP - Desempenha todas as funções que dizem respeito à edificação deste projecto empreendedor sozinha?

AV – Neste momento tenho um colega que faz comigo o atendimento mas depois toda a parte de gestão sou eu que faço e farei enquanto conseguir.

JP – Foi fácil criar este posto de trabalho?

AV – Sim, aproveitei a oportunidade e ele está cá a realizar estágio profissional. Visto que é um período experimental de um ano, vou ver se isto tem viabilidade ou não mantendo todas a opções em aberto, como por exemplo ter de ficar só eu aqui.

JV – Como vê a sua profissão e o facto de estar integrada na área da saúde?  

AV - Eu acho que é muito gratificante. Acho que o sentir que podemos ajudar e contribuir de alguma forma faz-me sentir bem. Aqui não se vive só aquele dia a dia de lidar com doenças e problemas que facilmente nos afectam. As pessoas valorizam-nos pela profissão que temos, respeitam-nos, consideram a nossa opinião e isso é fantástico.

JP - Este é um serviço que ao fim ao cabo está ligado às pessoas, por diversos motivos como acabámos de dizer. No fundo exige um atendimento muito personalizado, um trabalho profundo e uma aproximação diferente, como é que isso é?

AV - É inacreditável como em dois meses de abertura ao público, já haja clientes que se fidelizaram, que já entram constantemente por aquelas portas, conversam e pedem ajuda. Na realidade, essa ligação para mim é que é importante pois não me interessa só vender, quero que a pessoa vá contente, se sinta bem e pense em voltar.

JP- Gosta realmente do que faz, como já entendi. Deseja que dure para sempre, podendo quem sabe expandir o negócio, ou por outro lado, tendo em conta a situação do país é difícil fazer mais planos ou desenvolver projectos?

AV – De momento não tenho outros projectos, estou realizada. Essencialmente aquilo que eu espero mesmo muito é que o negócio supere a crise porque é aqui que eu me vejo a trabalhar, acho que se estiver aqui estou bem. Caso isso não se verifique, considero a hipótese de sair do país por algum tempo. Gosto do que faço e do projeto do qual sou empreendedora mas não está fácil arranjar trabalho e todo os anos saem mais formados, é uma verdadeira bola de neve que se alastra e é disso que tenho medo.

JP - Até agora há algum arrependimento baseado nas escolhas que foi tomando?

AV - Não me arrependo de nada do que fiz. Tenho noção que sei fazer aquilo que aprendi, sinto-me à vontade e pretendo aprender mais, sou uma pessoa interessada e se há uma coisa nova vou ver ou ler pois agrada-me imenso saber aconselhar e ajudar da melhor forma. Até hoje não me arrependo de ter aberto o espaço, só espero que estas tenham sido as melhores decisões para mim.

JP – Tenciona apostar mais na sua formação?

AV - Eu sou sincera, não vejo por exemplo um mestrado como uma necessidade, talvez por estar num negócio próprio neste momento e isso também não me deixar muito templo livre. Ainda assim, sinto sempre necessidade de aprender, dou mais importância a formações e eventualmente uma pós graduação num tema que eu sinta que não estou tão à vontade.

JP – Apesar da novidade que é o seu projecto, quais foram as principais dificuldades e talvez mesmo preocupações?

AV - As minhas principais preocupações são pagar as contas e por vezes ver os dias a passar não é fácil. Sinto imenso a responsabilidade de pagar à pessoa que aqui trabalha comigo. Em relação ao resto não tenho tido grandes obstáculos nem me tenho deparado com situações que não consiga resolver. Sinto realmente é o peso da responsabilidade e as minhas verdadeiras preocupações são se isto vai dar, se vai ser um sucesso ou não.

JP – Como é que se sente aqui quando olha para o que conseguiu?

AV - Sinto-me principalmente realizada. Esta é a minha área, gosto disto, gosto do atendimento ao público, de trabalhar não só a parte que diz respeito aos medicamentos, como à cosmética, aos suplementos, às vitaminas, à parte de bebé e ao contacto com diferentes faixas etárias. É muito bom.
Atendimento ao público
 
 por: Joana Pestana